Em 19/12/2012 às 19h59 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Análise: Com trajetórias semelhantes Tarcília e Jucélia vivem o maior desafio de suas vidas

As prefeitas de Santana de Cataguases e Itamarati

As prefeitas de Santana de Cataguases e Itamarati

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Por Marcelo Lopes

 

A microrregião de Cataguases, formada também por Astolfo Dutra, Dona Eusébia, Itamarati de Minas e Santana de Cataguases terá, a partir de 1º de janeiro de 2013, duas prefeitas: Tarcília Fernandes, em Itamarati de Minas e Jucélia Baesso, em Santana de Cataguases. Na solenidade de diplomação realizada na manhã desta quarta-feira, 19, elas foram muito aplaudidas. Ao final, e quase imperceptível, as duas prefeitas foram vistas conversando a sós em um canto do palco onde foi realizada a cerimônia e, depois de alguns minutos, se despediram com um afetuoso abraço.

 

Tarcília e Jucélia tem trajetórias políticas parecidas. Ambas foram secretárias de saúde de seus municípios onde marcaram suas presenças pelo dinamismo, competência e grande conhecimento do funcionamento da saúde pública. No período em que estiveram à frente de suas pastas, modernizaram e ampliaram o setor. Por conta de atuações tão destacadas se tornaram os nomes naturais de seus partidos para disputarem a sucessão municipal. Tarcília tem ainda a experiência de quatro anos como vice-prefeita nesta atual administração.

 

A partir de 1º de janeiro de 2013 a trajetória destas duas mulheres terá também em comum o cargo de prefeita. Tarcília assume um município com situação política mais confortável que a de sua colega Jucélia. Itamarati de Minas vive um bom momento no contexto nacional e estadual. Conta com o apoio do governo do estado e é o município com o quarto maior índice de crescimento do PIB no Brasil. Para melhorar ainda mais este quadro, ela pretende ampliar o relacionamento do município, estabelecendo parcerias com as cidades da microrregião e buscar recursos e programas junto ao governo do Estado.

 

Jucélia, talvez, vive o seu inferno astral, que teve início na campanha eleitoral. As denúncias de irregularidades vieram à tona em um momento decisivo e quase comprometeu o resultado da eleição. Por isso vai assumir o comando de uma cidade dividida. Esta realidade ficou nítida nesta quarta-feira, 19, quando os vereadores da oposição se recusaram ser fotografados ao lado dos demais colegas, da prefeita e do vice. O que já seria uma foto histórica, feita por todos os demais diplomados sem qualquer objeção e até com merecido orgulho, ganhou ainda mais significado.

 

A prefeita diplomada de Santana de Cataguases, de acordo com a oposição, teria sido beneficiada pelo atual prefeito Edgard Xavier, por meio de eventuais doações de terrenos e pagamentos irregulares a pessoas daquela cidade em troca de votos. Condenada em primeira instância, conseguiu, semana passada, uma liminar no Tribunal de Justiça, em Belo Horizonte, garantindo a sua diplomação. Na última terça-feira, 18, seu processo estava na Pauta da sessão daquela Corte, mas os juízes decidiram adiar o julgamento para 20 de janeiro de 2013. Foi, certamente, o pior presente de Natal que a oposição poderia ganhar, já que apostava na cassação da liminar que garantia a diplomação de Jucélia, e sequer imaginava a possibilidade de que ela pudesse tomar posse em 1º de janeiro próximo, como de fato irá acontecer.

 

Dentro deste quadro político conturbado, a cidade dividida ao meio – literalmente - entre governo e oposição e a menos de quinze dias da posse, Jucélia Baesso consegue, somente agora, a tranquilidade necessária para articular o seu governo e planejar suas primeiras ações, como disse pouco depois de ser diplomada. Sabe as inúmeras dificuldades que a esperam, mas confiante diz, com voz pausada e segura, que elas serão vencidas à medida que o trabalho da nova prefeita começar a ser percebido pela população. 

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