Em 16/12/2012 às 09h09 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
A decisão estratégica do Governo de Minas de investir em ciência e tecnologia tem transformado o Estado em referência internacional para implementação de pesquisas em diversas áreas do conhecimento. Uma das instituições que mais contribui com esta estratégia é a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) que, com orçamento anual superior a R$ 300 milhões, chega ao final de 2012 com 13 acordos de cooperação internacional firmados.
A troca de experiências se dá com instituições sediadas nos países que mais investem em ciência e tecnologia no mundo: Coréia do Sul, Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá, Austrália e Estados Unidos. Os benefícios deste contato vêm em mão dupla: agregando know how especializado em áreas estratégicas para a pesquisa em Minas e, ao mesmo tempo, promovendo, em instituições renomadas no exterior, os avanços e conquistas mineiras.
Engenheiro com doutorado em inteligência artificial aplicada à educação, pela Universidade de Huddersfield, Inglaterra, o presidente da Fapemig, Mário Neto Borges, observa que, ao interagir com pesquisadores líderes de outros países, o impacto das publicações brasileiras aumenta no contexto mundial da ciência e tecnologia.
“Investir em ciência e tecnologia faz a diferença por se constituir num fator fundamental para diversificar a economia de um país ou de um estado. Os resultados que vem sendo alcançados por Minas Gerais confirmam que este é o caminho mais curto para levar o estado a dominar a economia do conhecimento”, comemora Borges.
Borges ressalta que, atualmente, a Fapemig possui parcerias com os países que mais investem em pesquisas no mundo, entre eles a Coréia do Sul, e prevê que, a médio e longo prazo, a instituição aumentará os investimentos no apoio a projetos de pesquisa com instituições internacionais.
Projetos diversificados
As parcerias formalizadas pela Fapemig contemplam desde o segmento da saúde, computação e automação industrial até o desenvolvimento de novos materiais na área metalúrgica.
Entre as instituições com as quais a Fapemig formalizou acordo está o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DADD) e a Fundação Alemã de Pesquisa Científica (DFG). O intercâmbio de estudantes, professores e pesquisadores está voltado para a implementação de pesquisas no segmento de energia nuclear e desenvolvimento de novos materiais na área de metalurgia.
Envolvendo pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e das universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e de Viçosa (UFV), há quatro anos, a Fapemig também mantém acordo de cooperação com o Instituto Nacional Francês para implementação de pesquisas em ciências da computação e automação.
Outra parceria formalizada da Fapemig é com a Universidade de Purdue e com a Fundação Bill & Melinda Gates, ambas dos Estados Unidos. Um dos resultados desta cooperação é que, atualmente, estão em análise 18 propostas mineiras para o desenvolvimento de pesquisas na área de doenças negligenciadas e nas quais laboratórios privados não têm interesse em investir.
Com o Imperial College London, do Reino Unido, a Fapemig tem acordo de cooperação científica para a participação de estudantes mineiros em cursos de pós-graduação e desenvolvimento de pesquisas nas áreas de eletrônica orgânica e impressa.
Intercâmbio de alunos e professores
Com as universidades de Queensland, da Austrália, e Alberta, do Canadá, está em andamento acordo de cooperação para intercâmbio de estudantes, professores e pesquisadores, desenvolvimento de projetos conjuntos e realização de eventos científicos em diversas áreas.
Com o Instituto Politécnico de Torino, na Itália, a Fapemig mantém acordo de cooperação por meio do qual professores do curso de design de moda da Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg) estão participando de cursos de pós-graduação. O design é um dos ofícios que mais cresce no Estado, que hoje possui o maior número de escolas do tema no país.
Na avaliação do presidente da Fapemig, o fato do Estado possuir 12 universidades federais e duas estaduais – a Uemg e a Unimontes – desperta o interesse de instituições estrangeiras para o desenvolvimento de projetos conjuntos de pesquisa. O avanço das pesquisas no Estado em áreas como saúde e agropecuária também são aspectos que chamam a atenção.
Com o aporte maior de recursos em ciência e tecnologia, nos últimos anos o Governo do Minas viabilizou a implantação de 15 cursos de mestrado e de doutorado na Unimontes e Uemg, contemplando diversas áreas do conhecimento.
O incremento do orçamento da Fapemig também atrai o interesse de instituições de renome fora do país. O presidente da instituição lembra que, até 2006, a Fundação possuía orçamento anual em torno de R$ 24 milhões. Em 2012, este valor poderá chegar a R$ 350 milhões.
O investimento coloca o Estado numa situação privilegiada na busca pela elevação do seu potencial econômico, com enfoque para áreas estratégicas como aeronáutica, biotecnologia, microeletrônica e nanotecnologia. “São áreas que podem gerar produtos de alto valor agregado e empregos de padrões equivalentes aos de países de primeiro mundo”, afirma Mário Neto Borges.
Crescimento do orçamento da Fapemig desde 1999
Fonte: Agência Minas