Em 09/12/2012 às 09h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
A Cataguases de Papel está com a energia elétrica cortada desde o dia 27 de novembro e, portanto, com toda a sua produção paralisada. Os funcionários também estão sem receber os salários de novembro e a primeira parcela do Décimo Terceiro. Na quinta-feira, 6, os funcionários da empresa foram avisados que no dia seguintes receberiam um vale-compras para ser usado no Supermercado Bahamas. Muitos, dos quase 300 empregados, ficaram esperando a entrega do benefício até às 16 horas, quando resolveram ir embora.
A situação da empresa vem sendo acompanhada atentamente pelo Site do Marcelo Lopes desde a interrupção do fornecimento de energia. Neste período foram feitas diversas tentativas junto à direção da empresa em busca de um pronunciamento oficial sobre a interrupção, pela segunda vez, do fornecimento de energia. Nenhum diretor quis falar com a reportagem, conforme aconteceu quando ocorreu o primeiro corte, em junho deste ano. Á época, o Site apurou que a empresa devia cerca de R$1,9 milhão de reais à Energisa, o que corresponderia a três meses de consumo.
Neste sábado, 8, a reportagem do Site esteve na reunião dos empregados da empresa com o ex-funcionário da antiga Matarazzo Papeis, Jorge Luís Oliveira Abritta, o Jorjão (foto ao lado). Ele é o Procurador dos trabalhadores desde 1998, quando a empresa voltou a funcionar, por conta dos próprios empregados até a chegada do atual grupo administrativo que assumiu o controle da Cataguases de Papel. Jorjão, atendendo convite dos companheiros, foi atualizado sobre a situação da empresa e disse que a melhor saída é “colocar a fábrica para rodar”. Ele orientou os trabalhadores a exigirem o restabelecimento da energia para que a empresa volte a produzir e “em seguida todos poderão exigir o pagamento de seus salários e demais benefícios em dia", salientou.
Nesta segunda-feira, 10, às 8 horas, está agendada uma reunião do diretor da empresa, José Luis Gonçalez, com todos os funcionários quando é esperado o anúncio de uma data para o retorno das atividades da empresa. “Queremos apenas que a fábrica pague a conta da Energisa para que possamos voltar a produzir. Em uma semana, com a fábrica rodando, teremos condição de receber nossos salários”, prevê um dos empregados presentes à reunião. Neste período a empresa produz 400 toneladas de papel e papelão reciclados gerando um faturamento em torno de R$450 mil, informou outro trabalhador da Cataguases de Papel.
Segundo o Site apurou, a empresa estaria novamente com três contas de energia em aberto, em valores que variam de R$600 mil a R$800 mil reais mensais, o que teria motivado o corte no fornecimento. Além disso, teria deixado de cumprir o acordo anterior que pôs fim a oito dias de paralisação. A Energisa não se pronuncia sobre o assunto. Funcionários já estão preocupados com as contas que estão vencendo e, ainda, com a proximidade do período natalino. “Há colegas aqui que pagam R$580 de prestação da casa própria, muitos são casados e têm filhos e a mulher não trabalha, além daqueles que já haviam assumido compromissos com o décimo terceiro”, relatou outro trabalhador que completa: “Esta situação não pode continuar”.