Em 07/12/2012 às 16h30 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
(Reuters) - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, fez um retorno teatral ao país nesta sexta-feira, após ter passado por tratamento médico relacionado a um câncer em Cuba, e brincou com autoridades no aeroporto, em sua primeira aparição pública em três semanas.
"Estou feliz em estar de volta novamente, feliz e empolgado", disse Chávez ao cumprimentar ministros de forma efusiva e alegre, perguntando "Onde é a festa?"
O líder socialista, de 58 anos, foi submetido a três cirurgias contra o câncer desde 2011 e voltou a Havana dez dias atrás para receber "oxigenação hiperbárica" -- um tratamento normalmente usado para aliviar a deterioração dos ossos causada pela radioterapia.
Contudo, cresceram as especulações de que ele poderia ter sofrido uma recaída.
Chávez declarou-se "completamente curado" da doença este ano e conquistou a reeleição de forma confortável em outubro.
Em meio aos rumores, autoridades afirmaram que a viagem mais recente a Cuba era apenas uma consulta de acompanhamento já marcada para avaliar o tratamento de radioterapia ao qual foi submetido no primeiro semestre.
Apoiadores comemoram a volta do presidente que lidera o país desde 1998. Chávez vestia uma roupa esportiva colorida e estava acompanhado de familiares e assessores, incluindo o vice-presidente, Nicolás Maduro.
"SIIIIMMMM!!!!", escreveu no Twitter Eva Golinger, uma advogada ligada ao governo Chávez.
"Chávez está de volta e desbancou todos os caluniadores, necrófilos, fofoqueiros e agourentos. Bem-vindo comandante."
O jornal do Partido Comunista cubano mostrou nesta sexta-feira o presidente de Cuba, Raúl Castro, despedindo-se de Chávez no aeroporto de Havana.
Com o retorno, Chávez tem uma semana para fazer campanha antes das eleições estaduais de 16 de dezembro, nas quais o Partido Socialista, de situação, espera tirar proveito da reeleição do presidente para recuperar das mãos da oposição alguns governos.
A oposição, no entanto, espera que o descontentamento com questões como criminalidade, cortes de energia e corrupção garantam a manutenção dos sete Estados que eles governam entre os 23 da Venezuela.
Chávez era aguardado para reunião de cúpula do Mercosul em Brasília nesta sexta-feira, mas a viagem foi cancelada.