Em 03/12/2012 às 16h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
Prédios públicos e culturais têm sido vítimas de ações de vandalismo em Muriaé. Os imóveis têm aparecido constantemente pichados e os objetos das praças têm sido destruídos. Para prevenir e até chegar aos autores, a Coordenadoria de Patrimônio Cultural, que tem como coordenadora a arquiteta Márcia Canêdo Bizzo, realiza uma campanha de proteção e abre um canal para denúncia.
O Paço Municipal foi o primeiro prédio público a ser alvo da ação dos vândalos. Logo depois, a Biblioteca Municipal Vivaldi Wenceslau Moreira, reinaugurada e entregue aos muriaeenses em julho do ano passado, recebeu quatro pichações. Até o Centro Administrativo Presidente Tancredo Neves foi alvo deste tipo de crime. Os prédios particulares também não escaparam.
De acordo com o artigo 65 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, pichar edificação ou monumento urbano ocasiona pena de três meses a um ano de prisão e multa. Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada, em virtude do seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena sobe para seis meses a um ano de detenção e multa.
Recentemente, uma mesa de concreto, na Praça São Paulo, foi destruída. “Em Muriaé não tinha pichação. As pessoas respeitavam, mas, surpreendentemente, há pouco tempo, começaram uma série de pichações. A Praça São Paulo foi quebrada propositalmente. Pessoas viram crianças e pré-adolescentes destruindo a mesa, que era usada para o jogo de damas”, contou a arquiteta da Fundarte, Flávia de Melo Neves, citando que as quadras e alambrados também estão sendo destruídos pela ação de vândalos.
Para a arquiteta, o vandalismo representa também uma desvalorização dos patrimônios público e cultural. “Quem vir, deve denunciar”, afirmou. O telefone da Coordenadoria de Patrimônio Cultural é o (32) 3696-3375. A Polícia Militar também pode ser acionada pelo 190.
EDUCAÇÃO PATRIMONIAL – A fim de conscientizar sobre a importância da preservação do patrimônio cultural, um projeto de educação patrimonial é realizado, anualmente, com alunos do Ensino Fundamental, de escolas públicas e particulares de Muriaé, além de divulgar o patrimônio cultural, material e imaterial, da cidade.
O conteúdo é ministrado no Paço Municipal ou no Grande Hotel Muriahé. Logo depois, os alunos passeiam de trenzinho pela cidade, conhecendo os prédios tombados do município e lugares históricos. “O objetivo é incentivar a preservação e conhecer um pouco mais sobre a história da cidade”, afirmou o museólogo do Paço Municipal e membro do Conselho de Patrimônio, João Carlos Vargas. “Atitudes educativas funcionam mais do que a repressão”, finalizou a arquiteta Flávia Neves.
Fonte e foto: Jornal A Notícia