Em 28/11/2012 às 16h07 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
(Reuters) - Um tribunal do Cairo condenou à morte sete cristãos egípcios julgados à revelia, nesta quarta-feira, pela participação em um vídeo anti-islã que foi divulgado na internet em setembro e que provou protestos violentos em vários países muçulmanos.
"As sete pessoas acusadas foram condenadas por insultos à religião islâmica através da participação na produção e distribuição de um filme que insulta o islã e seu profeta", disse o juiz Saif al-Nasr Soliman. O vídeo de baixo orçamento, produzido de forma privada na Califórnia, denegriu o profeta Maomé e provocou protestos anti-EUA e ataques a embaixadas ocidentais em todo o mundo muçulmano.
As pessoas condenadas incluem o egípcio-americano Nakoula Bassely Nakoula, que está cumprindo um ano de prisão em Los Angeles depois de um tribunal norte-americano tê-lo condenado por violações de liberdade condicional que se originaram de seu papel no filme.
O vídeo de 13 minutos retrata o profeta Maomé como um tolo e um depravado sexual, embora os membros do elenco tenham dito que foram enganados para aparecer em um filme que eles acreditavam ser um drama de aventura chamado "Guerreiro do Deserto".
A Igreja Copta Ortodoxa do Egito não emitiu um comentário oficial sobre a decisão.
"A Igreja denunciou o filme, que não tem nada a ver com ela. Quanto ao caso de hoje, é uma decisão do tribunal e a Igreja não comenta decisões judiciais", disse uma fonte da Igreja, que pediu para não ser identificada. Os cristãos constituem cerca de 10 por cento das 83 milhões de pessoas do Egito e muitos se queixam de discriminação no trabalho e no tratamento.