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Nesta sexta-feira, 30 de novembro, o Projeto Usina Cultural vai receber o show de lançamento do disco “O tempo faz a gente ter esses encantos” (foto), de Alvinho Lancellotti. Se com o grupo "Fino Coletivo" Alvinho fez muitos fãs na região, sua incursão solo pelo universo do samba não fica em desvantagem. A alegria demonstrada nos dois trabalhos com a banda nordestino-carioca permanece intacta. Somam-se a ela os arranjos acústicos e as letras leves, suaves, mais contemplativas de Alvinho. No entanto, o balanço suingado continua a conduzir sua segura navegação pela sonoridade afro-carnavalesca.
Alvinho é filho de Ivor Lancellotti, grande compositor que teve diversos sucessos gravados nas últimas décadas.Lancellotti, grande mestre cuca sempre envolvido na culinária recente do que melhor se produz na cena musical e que aqui participa em algumas das faixas.
O álbum de Alvinho é surpreendente e começa com "Sexta-Feira", música que encanta, chega de mansinho, mostra ao que veio com a poesia do jeito certo, falando lindamente em um quase haikai, da alegria de viver.Segue com a positividade em cima, contagiante, "Alegria da Gente" vem com uma levada onde o samba encontra espaço para se recriar. Em "Vidigal" o cavaquinho, o flamenco e o western sobem o morro e perto do céu, enaltecem favelas sem obviedades cantando "Cartolamente" a benção de ser misturado.
Alvinho festeja e visita com categoria a canção afrobrasileira em "Gira de Caboclo", misturando as guitarras e violões de Davi Moraes e Pedro Costa que quando somados às percussões de Adriano Sampaio, lavadeiras e assovios conseguem criar uma atmosfera que certamente encantaria Adelzon Alves e Clara Nunes.
"É de Mamãe" e "Meu bloco do Amor" são provas de uma poesia que calma nos acalanta, nos leva mantricamente para um lugar, uma identidade que Alvinho conquista consciente e imprime com sua voz. "Antena", ainda no mesmo banco de praia, o mesmo mar, reflete a personalidade solar de Alvinho. Leve e ao mesmo tempo profundo mantendo a atmosfera que norteia o disco.
Caixas do maracatu irmão com guitarras reverberadas e o violoncelo de Guilherme Maravilhas (acordeonista do já antigo ForroSacana) criam uma paisagem bela porém distinta em Vazio, como o contemplar de um dia nublado, sentado a beira mar ao observar a beleza da ressaca que explode lhe respingando na face."Autoajuda" se manifesta rica e de altíssimo nível e astral, aqui o samba se recicla novamente sobre o seu chapéu!
"São Tomé" é o canto de despedida. Mais um belo mantra que mistura simplicidade e elegância. Aqui as vozes femininas voltam para consagrar os trabalhos. É isso, Alvinho tá pronto, feliz e maduro. Autor de todas as faixas, sendo uma em parceria com o seu irmão, apresenta em grande estilo uma safra de belas canções.
A produção musical é do próprio Alvinho com Adriano Sampaio, Daniel Medeiros e Pedro Costa que juntos nos presenteiam com um álbum-oferenda, lançando no mar dos nossos ouvidos um playlist que nos teletransporta para a beira da praia, soando revigorante e refrescante como uma brisa num dia de sol.O show é mais uma iniciativa do Projeto Usina Cultural, com produção de Fausto Menta e patrocínio da Energisa através da Lei de Incentivo à Cultura de Minas Gerais.
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