Em 20/11/2012 às 08h53 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru), assinou, nesta segunda-feira (19), na Cidade Administrativa, a ordem de serviço para elaboração do Plano Regional Estratégico em torno de grandes projetos minerários do Norte de Minas (que compreende as microrregiões de Janaúba, Salinas e Grão Mogol) e do Plano Regional Estratégico em torno de grandes projetos minerários no Médio Espinhaço. Nos próximos anos, a previsão é que estas regiões recebam investimentos bilionários na exploração de jazidas de minério de ferro por empresas nacionais e multinacionais.
O plano vai traçar diretrizes para a estruturação dos municípios nas áreas da saúde, educação, defesa social, formação profissional, mobilidade urbana, habitação, saneamento, entre outros, visando atender o aumento de demandas a curto, médio e longo prazo. Durante a elaboração do Plano de Desenvolvimento Regional Estratégico, será priorizada a participação da população local com o objetivo de atender as demandas levantadas e legitimar as futuras ações promovidas pelo poder público.
A previsão é de que o Norte de Minas e o Médio Espinhaço recebam, nos próximos anos, investimentos na casa de R$12 bilhões de empresas do setor mineral, que vão iniciar grandes empreendimentos nessas regiões, gerando a criação de dezenas de milhares de empregos e a necessidade de realizar políticas públicas tendo em vista oferecer infraestrutura para o crescimento dos municípios.
Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana, Bilac Pinto, os investimentos bilionários oriundos da mineração devem ser aplicados tendo como premissa propiciar o desenvolvimento ordenado das cidades. “Nós estamos, através de políticas públicas, construindo um caminho onde estas carteiras de investimentos prioritários visam diminuir os impactos que estes investimentos vêm trazer nas regiões do Norte de Minas e do Médio Espinhaço”, disse.
Para a elaboração dos planos, o Governo de Minas vai investir R$ 755 mil, sendo R$ 380 mil para o plano do Norte do Estado e R$ 370 mil para o Médio Espinhaço. Os planos, que serão elaborados pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sob a coordenação do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional de Minas Gerais (Cedeplar), têm previsão de ser entregues no final de 2013.
De acordo com o secretário de Estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas, Gil Pereira, esta ação do Governo do Estado mostra a diferença de pensamento da gestão do governador Antonio Anastasia. “Antigamente, a mineração não tinha muito planejamento, mas hoje nós temos a felicidade de ter em Minas uma gestão muito profícua, que fala em planejamento e sustentabilidade. Quando as empresas chegam em Minas já sabem deste compromisso que elas tem que cumprir”, explica.
Plano Regional do Norte de Minas
O plano estratégico que será elaborado para a região Norte do Estado vai traçar um diagnóstico dos 37 municípios localizados nas microrregiões de Salinas, Janaúba e Grão Mogol. Eles receberão os impactos da chegada de grandes mineradoras, que até 2014 vão investir na região cerca R$ 8 bilhões, gerando cerca de 9,5 mil empregos diretos e mais de 10 mil empregos indiretos.
Entre as empresas que já anunciaram interesse de atuação no Norte de Minas estão a Vale S.A; a Carpathian Gold, através da Mineração Riacho dos Machados; a Mineração Minas Bahia; e a Sul-Americana de Metais (SAM).
Médio Espinhaço
O Médio Espinhaço, especialmente a microrregião de Conceição do Mato Dentro, é atualmente receptor de investimentos no setor minerário e, de acordo com a previsão de especialistas, os recursos nesta área devem continuar chegando até 2014. Estima-se que nos próximos anos sejam investidos na região cerca de R$ 4 bilhões na área da mineração.
A Vale e a Anglo Ferrous Brazil já possuem termos de compromisso assinados com o Governo de Minas para investir na região e com isso gerar 1.300 empregos diretos e 3.300 empregos indiretos.
O Plano Estratégico surge para os 15 municípios que vão sofrer com os impactos inerentes a estes investimentos como ferramenta capaz de proporcionar uma agenda de desenvolvimento, com orientações para um melhor aproveitamento econômico social dos recursos que vão chegar.
O prefeito do Serro, Guilherme Simões, destacou a importância do plano para a preservação da cultura e dos aspectos sociais das cidades. “Quando chega um projeto dessa magnitude de empreendimentos de mineradora ou de outros setores nas nossas prefeituras vemos a ameaça que elas podem ser para o nosso patrimônio histórico, a nossa cultura. Então, eu vejo que a realização deste planejamento é uma das ações mais importantes que eu vi como prefeito nos meus oito anos de mandato”, afirma.
Fonte: Agência Minas