Em 19/11/2012 às 17h59 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
A chegada da estação mais quente do ano, também é convidativa para animais peçonhentos. A proliferação e os acidentes registram os maiores índices entre os meses de novembro a março, seja na zona rural, como na urbana e tem influência do atual desequilíbrio ecológico. Segundo levantamento realizado pela Unidade Técnica de Vigilância de Zoonoses do Ministério da Saúde, nos últimos 10 anos ocorreu um crescimento de 157% no número de notificações em todo o Brasil. Somente em 2011, ocorreram mais de 139 mil acidentes, com 293 óbitos.
Em Minas Gerais, os números mostram a necessidade de maior cuidado e atenção da população a acidentes com aranhas, serpentes, escorpiões, abelhas e lonôminas (tipo de largata) somam mais de 106 mil casos nos últimos cinco anos (2007-2012). Números parciais mostram que neste ano, o Estado registrou quase 16.500 casos. Destes, a maior incidência é para acidentes com escorpiões que somam mais da metade dos atendimentos, com 10.397 casos, seguido por serpente: 2.799, aranha: 2.134, abelha: 1.011, lonômia: 98. No total, 52 pessoas morreram este ano, cinco a mais que em 2011.
O Biólogo e Referência Técnica em Acidentes por Animais Peçonhentos da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG), Leonardo De Freitas, confirma que os acidentes por animais peçonhentos aumentam no período chuvoso e que Minas Gerais tem o maior número de casos do sudeste. “Existem vários fatores que contribuem para isso, entre eles a maior atividade dos animais nessa época, buscando por abrigos secos, alimentos e reprodução. O período de férias e as atividades de campo também deixam a população mais expostas aos acidentes por animais peçonhentos”. As macrorregiões Norte, Central e Leste do Estado foram as que mais notificaram acidentes no período de 2007 a 2012*. “A faixa etária mais acometida é entre 20 e 65 anos de idade. Apesar de a faixa etária entre 0 e 14 anos ser a mais suscetível a acidentes graves, principalmente por escorpião”, conclui Leonardo.
Cuidados
Em caso de acidentes, a pessoa deve ser encaminhada o mais rápido possível para o hospital. Durante o socorro, ela deve se mover o mínimo possível. O membro atingido deve ser colocado numa posição mais elevada em relação ao corpo e o local da picada pode ser lavado apenas com água e sabão. Em casos de acidentes por águas-vivas e caravelas, deve ser aplicada compressa de água gelada do mar (não utilizar água doce), e evitar esfregar a área acometida, ou aplicação de vinagre. Nunca colocar outras substâncias como urina, cachaça, borra de café, em nenhum tipo de acidente por animal peçonhento, pois pode ocasionar um quadro de infecção. O tratamento é oferecido gratuitamente em hospitais do SUS de todos os estados.
Prevenção
Para evitar acidentes com escorpiões e aranhas, a pessoa deve usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem; examinar calçados e roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las; vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés; utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos; preservar predadores naturais como seriemas, corujas, sapos, lagartixas e galinhas; limpar terrenos baldios pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou cercas.
Acidentes por serpentes
Não andar descalço, utilizando sempre sapatos fechadas associados a perneiras (ou botas de cano longo), e luvas de couro nas atividades rurais e de jardinagem; nunca colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, entre espaços situados em montes de lenha ou entre pedras. Controlar o número de roedores existentes na área para evitar a aproximação de serpentes venenosas que deles se alimentam. No amanhecer e no entardecer, evitar a aproximação da vegetação muito próxima ao chão, gramados ou até mesmo jardins, pois é nesse momento que as serpentes estão em maior atividade.
Acidentes com Lonomia (lagartas)
Ao realizar atividades de jardinagem ou qualquer outra atividade em ambientes silvestres, observar bem o local: troncos, folhas, gravetos - antes de manuseá-los, fazendo sempre o uso de luvas para evitar o acidente.
Acidentes com abelhas
Abelhas e marimbondos são atraídos por sons, odores e cores, como sons de motores de aparelhos de jardinagem e som de motores de popa. No campo, o trabalhador deve atentar para a presença de abelhas, principalmente no momento de arar a terra com tratores. As retiradas de colméias devem ser feitas, preferencialmente, à noite ou ao entardecer, quando os insetos estão calmos, com roupa protetora e, principalmente, por profissional competente.
Fonte: Agência Minas