Em 18/11/2012 às 11h39 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
A Polícia Militar de Minas Gerais está prestes a lançar uma nova ferramenta para combater a violência em Belo Horizonte. Com a versão online da Rede de Vizinhos Protegidos, a polícia mineira espera facilitar e dinamizar a comunicação com a comunidade, com o intuito de reduzir ainda mais os índices de criminalidade na capital.
A informatização do projeto busca atingir o público entre 17 e 40 anos, que frequenta constantemente as redes sociais e nem sempre tem tempo hábil para participar das palestras na comunidade, que tradicionalmente fazem parte do programa Rede de Vizinhos Protegidos. No ambiente virtual, a comunidade poderá trocar informações com os policiais, interagir com os vizinhos, entrar na sessão de denúncias anônimas, participar de fóruns, conferências e videoconferências.
O projeto está sendo conduzido por alunos do Cotemig, que foram orientados pela PMMG. “Os estudantes se interessaram pela iniciativa e são muito focados e dedicados. Na próxima semana, vamos começar a rodar o sistema em fase de testes,” destaca o comandantedo 34º Batalhãode Polícia Militar, tenente coronel Idzel Fagundes.
Segundo o Comandante Fagundes, o sistema servirá também para alertar a polícia e os vizinhos no caso de alguma ocorrência. “Se uma pessoa percebe a movimentação estranha na casa ao lado, pode usar a Internet para alertar a vizinhança e avisar, simultaneamente e em tempo real, a Polícia Militar”, exemplifica o tenente coronel. O sistema online entrará na fase de teste, inicialmente em Belo Horizonte, no 34º Batalhão.
Unidos contra o crime
A Rede de Vizinhos Protegidos foi criada em 2004, no 34º batalhão da PMMG, em Belo Horizonte, pelo próprio tenente coronel Fagundes, quando ele observou que 80 casas de uma rua próxima ao Anel Rodoviário eram alvo constante de assaltos.
“Pessoas que moravam lá há muitos anos não se conheciam, não conversavam e isso me chamou a atenção”, conta o tenete coronel, que resolveu agir e criar a iniciativa. Segundo o Fagundes, também havia um distanciamento muito grande da comunidade com a polícia. “Passamos de casa em casa, batemos na porta e chamamos a comunidade para participar”, lembra.
Com isso, as pessoas da rua passaram a se conhecer melhor e a aderir à iniciativa. Pouco tempo depois, estratégias de proteção aumentaram e as ruas transversais também passaram a participar. “Isso criou uma sensação de pertencimento nas pessoas, que passaram a cuidar da rua, outrora muito mais deserta”, destaca o Comandante.
Para aderir à rede, os moradores procuram a Polícia Militar, que vai até a localidade e realiza uma série de reuniões com a comunidade. Esses encontros funcionam como um tipo de treinamento e mobilização, para que as pessoas se familiarizem com o programa e com questões ligadas à segurança pública, além de se relacionarem com seus próprios vizinhos. As casas e prédios que fazem parte da rede recebem uma placa informando que aquele local é monitorado.
A Rede de Vizinhos Protegidos se tornou em um projeto rotineiro da PMMG, que já está presente em todas as regiões de Belo Horizonte e em mais de 1.000 bairros de todo o Estado. Somente na capital, a iniciativa atende cerca de 70 mil pessoas. “A previsão é de atender mais de 100 mil pessoas daqui seis meses”, vislumbra Fagundes.
Crimes como assalto à mão armada a transeuntes, roubos a estabelecimentos comerciais, prédios e residências e arrombamento de veículos apresentaram reduções em suas ocorrências nos locais que aderiram à rede, de acordo com a PM.
Fonte: Agência Minas