Em 17/11/2012 às 15h32 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
Segundo a Global Entrepreneurship Monitor (GEM), os brasileiros enxergam cada vez mais oportunidades de negócios. Para cada empresário que inicia um empreendimento por necessidade, outros dois abrem o negócio por vislumbrar uma oportunidade no mercado brasileiro. O índice brasileiro é o maior já registrado desde que o país começou a participar da pesquisa, no ano 2000.
Em Minas, o cenário não é diferente. Os empreendedores mineiros estão, cada vez mais, identificando as oportunidades e tendências da economia devido, sobretudo, ao mercado aquecido e à maior escolaridade.
Segundo o último estudo do Sebrae sobre a taxa de sobrevivência das micro e pequenas mineiras (MPE), Minas possui a quarta melhor posição do país, ficando atrás apenas dos estados de Roraima, Paraíba e Ceará.
“Começamos a mudar essa cultura do empreendedorismo no Brasil. A economia estável e o maior grau de instrução levam o mineiro a empreender mais, agindo mais pelas oportunidades do que por necessidade”, explica o gerente de educação e empreendedorismo do Sebrae Minas, Ricardo Pereira.
Em 2010, as micro e pequenas empresas mineiras (MPEs) representaram 94,0% do total de firmas, 20% do PIB do Estado e quase a totalidade dos empreendimentos em Minas Gerais (99,2%), somando aproximadamente 688,6 mil negócios, demonstrando a força do setor.
Além disso, o número de empreendedores individuais no Estado passou de 9 mil, em 2009, para cerca 263 mil, atuais. O crescimento expressivo é reflexo da Lei Complementar 128 (12/2008), que regulamentou a figura do Empreendedor Individual.
O restaurante Villa Celimontana, da ítalo-brasileira Chris Orsini, é um exemplo deste bom momento vivido pelo micro empreendedor em Minas. A sócia proprietária do empreendimento deixou a Itália em 2009 e escolheu a capital mineira para começar uma vida nova.
Devido à crise na Europa, Chris, acompanhada do marido, o chef italiano Marco Orisini, que já trabalhavam no ramo alimentício em Roma há mais de 20 anos, tomaram a decisão de mudar de país.
“Tínhamos outras possibilidades, mas escolhemos Minas por minhas raízes, pelo calor e pela receptividade do povo, e principalmente porque é um lugar que está crescendo muito. É uma região que está enriquecendo, que tem uma infraestrutura organizada”, relata a empresária.
A partir de agora, o desafio é manter o empreendimento. Segundo ela, o restaurante, que existe há 1,5 ano em um bairro na região da Pampulha, dá sinais de crescimento. “Estamos conseguindo pagar os custos da abertura do negócio e temos a percepção de que o público cresce a cada dia. Muitas partes da Europa estão em crise, mas no Brasil, o clima está positivo para os negócios”, observa a empresária.
Inovação tecnológica
A Geraes Tecnologias Assistivas também foi criada em 2009, por meio da iniciativa de um pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que teve a ideia de criar uma empresa para comercializar um sistema eletrônico desenvolvido por ele que auxilia pessoas cegas a pegar ônibus.
“Não tínhamos receita para bancar o empreendimento. Corremos atrás e conseguimos recursos junto à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), sendo uma das 120 empresas que tiveram o plano de negócios aprovados”, conta o diretor comercial da Geraes Tecnologias Assistivas, Adriano Rabelo Assis.
Em 2010, o sistema eletrônico foi implantado na cidade paulista de Jaú. “O fato de termos conseguido um primeiro case de sucesso nos deu uma visibilidade muito grande”, revela Adriano. Como resultados, em 2011, várias prefeituras e viações procuraram a empresa para fazer negócios.
“O número de cidades que nos procurou em 2012 também aumentou. Temos trabalhado na profissionalização para transformar esse assédio em conversões de negócios”, destaca Adriano.
No final de outubro deste ano, a Geraes Tecnologias Assistivas concluiu a fase de teste piloto da implantação do sistema em Belo Horizonte. Um relatório foi entregue a BH Trans, que vai fazer a análise de viabilidade de implantação do sistema em todas as linhas da capital.
Jovens empreendedores
A organização de origem americana Junior Achievement, com foco em estimular o empreendedorismo entre os jovens, também tem números expressivos em Minas, onde há um grande interesse pelo tema. Com o programa Mini Empresas, por exemplo, profissionais do mundo corporativo visitam as salas de aula e compartilham com os alunos conhecimento sob como construir negócios e gerar resultados para os acionistas.
Em Minas Gerais, a organização já ultrapassou a marca de mais 900 escolas e 130 mil alunos atendidos. “Mostramos para os estudantes que eles são responsáveis por sua trajetória de vida e profissional”, conta a diretora-executiva da Junior Achievement no Estado, Katia Borges.
Fonte: Agência Minas