Em 16/11/2012 às 20h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
O problema é antigo e também de difícil solução, mas precisa ser enfrentado o mais depressa possível. Até hoje os prefeitos que tentaram tomar providências neste sentido não conseguiram retirar das ruas cavalos que ficam revirando latas de lixo, pastando em calçadas, andando à esmo pelas ruas de Cataguases, colocando em risco a vida das pessoas. As leis existentes – federal e municipal – devem ser cumpridas e a Prefeitura poderia chamar todos os envolvidos para uma discussão em busca de uma saída para o impasse. Além disso, os donos dos animais, que ganham dinheiro com eles, precisam entender que deixa-los soltos é – literalmente – “matar a galinha dos ovos de ouro”, já que podem ser roubados, feridos e até mortos em acidente de trânsito.
Tema sugerido por vários leitores há alguns meses, o Site julgou prudente aguardar as eleições municipais para que não fosse interpretada como sendo de caráter político-eleitoral. As fotos aqui publicadas também foram enviadas pelos internautas cujos nomes não serão revelados a fim de resguardá-los. Em um dos e-mails recebidos o leitor constata: “Em pleno século XXI a cidade de Cataguases ainda utiliza de maneira intensiva o “frete” através da tração animal”, e em outra mensagem seu autor indaga: “Será que não está na hora de regulamentar essa prática? Cadastrar os carroceiros, dar instrução e treinamento de como lidar com esses animais?”.
Recolher os animais que estiverem perambulando pelas ruas a um local adequado (em Cataguases eram levados para o terreno do Almoxarifado da Prefeitura) é uma alternativa já testada e que não funcionou nas administrações anteriores. Os donos dos animais não os retiram de lá sob o argumento de que não podem pagar a multa e o custo da alimentação pelo período em que o animal lá permaneceu. Para a Prefeitura, manter estes cavalos traz despesas elevadas, sem contar os gastos com veterinário e remédios, caso o animal tenha sido abandonado por motivo de doença ou velhice, o que é muito comum, segundo revelou um funcionário da Prefeitura que já vivenciou esta experiência algumas vezes e que prefere manter-se anônimo.
Este mesmo servidor diz que muitos animais que andam pelas ruas são deixados pelos próprios donos “que não querem gastar dinheiro com ração. Deste modo os bichos podem pastar á vontade sem dar despesa para seus proprietários”, contou. Um dos locais onde se pode ver com muita frequência estes animais revirando lixo ou pastando é no Bairro Colinas (foto), especialmente no Conjunto Habitacional João Paulo II. Mas são vistos em toda a cidade, até mesmo em avenidas movimentadas com a Eudaldo Lessa, Guido Marliére e Maria Fernandes de Barros.
A Associação Protetora dos Animais é uma alternativa ao problema. Através dela, prefeitura e proprietários de animais, podem chegar a um consenso. O uso de cavalos como força de tração deve ser desestimulada pelos poderes públicos, inclusive, pelo risco inerente da atividade, além dos problemas sanitários existentes. Paralelamente, um trabalho de requalificação destes profissionais poderá reinseri-los no mercado de trabalho. A Prefeitura pode encabeçar este tipo de ação e dar condições, por exemplo, à Associação Protetora dos Animais para agir e incentivar os donos destes bichos a buscarem juntos uma solução para o problema. O que não pode continuar é a repetição da cena em que cavalos “vira-latas” tomam os espaços urbanos à revelia, são vetores de doenças, contribuem para a proliferação da sujeira nas ruas e ainda, a qualquer hora, se tornarão protagonistas de acidente de trânsito onde uma ou mais vidas poderão ser perdidas.