Em 12/11/2012 às 16h30 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
De 12 a 18 de novembro, em Belo Horizonte e Ouro Preto, é celebrada a 35ª Semana do Aleijadinho, que celebra a vida e obra do escultor mineiro com uma série de atividades gratuitas.
A obra de Aleijadinho, cuja fé e genialidade produziram um inestimável patrimônio em Minas Gerais, atravessa os séculos encantando as pessoas por sua perfeição e aproximação entre o humano e o divino.
Este ano, o tema da semana é “Aleijadinho e sua obra: arte e fé nas Minas do ouro”. A data coincide com a morte do artista, registrada em 18 de novembro, segundo arquivo histórico da Paróquia Nossa Senhora da Conceição em Ouro Preto, onde ele está sepultado.
Em Ouro Preto, convidados como o coordenador da Promotoria de Defesa do Patrimônio Cultural e Artísticos do Estado, Marcos Paulo de Souza Miranda, e o artista plástico e historiador José Efigênio Pinto Coelho farão palestras abertas ao público nos dias 15 e 17 de novembro, respectivamente. Exibição de documentários, roda de samba e a missa, seguida da entrega da Medalha do Aleijadinho no Santuário de Nossa Senhora da Conceição também compõem a programação.
Em Belo Horizonte, as atividades acontecerão na sede da Imprensa Oficial, que também vai exibir documentários sobre a obra de Aleijadinho e uma palestra do historiador José Efigênio Pinto Coelho, intitulada “Aleijadinho e a pedra-sabão”, no dia 14. Todas as atividades têm entrada franca.
O artista
Conhecido como Aleijadinho, o artista barroco Antônio Francisco Lisboa nasceu em Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto, em 29 de agosto de 1730. Ele é considerado um dos maiores escultores do Brasil e utilizava, principalmente, madeira e pedra sabão na confecção de suas obras.
O famoso apelido teria origem em uma doença contraída pelo artista aos 40 anos – aparentemente, lepra, que o levou à perda do movimentos das mãos. Por isso, Aleijadinho era conhecido por trabalhar com as ferramentas amarradas às mãos, nas igrejas e altares de Minas Gerais.
Algumas de suas obras de grande relevância histórica são a capela-mor da Igreja de São Francisco de Assis, a Igreja Nossa Senhora do Carmo, o Palácio dos Governadores, em Ouro Preto, e os Passos da Paixão, esculturas em madeira dispostas em seis capelas diante da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas. Os Doze Profetas, as famosas estátuas em pedra-sabão em frente a esta igreja, também são obras do artista, que ele teria esculpido com a ajuda de escravos e as ferramentas atadas às mãos.
Aleijadinho morreu doente e abandonado em 18 de novembro de 1814, tendo seu trabalho reconhecido apenas após a morte.
Fonte: Agência Minas