A temporada de chuvas 2012/2013 já começou oficialmente. O forte calor dos últimos dias somado à lembrança recente de uma das piores enchentes da história de Muriaé, ocorrida no início deste ano, tem aumentado a preocupação da população, temerosa da possibilidade de novas catástrofes causadas pela chuva que geralmente sucede a períodos muitos quentes. 

Na última semana, o governo do estado apresentou, em Belo horizonte, o Plano Emergencial Pluviométrico (PEP), durante um evento no auditório do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), que reuniu vários representantes da Defesa Civil de muitos municípios mineiros. O coordenador do órgão em Muriaé, o geólogo Felipe Perdigão esteve lá e ao regressar conversou com a reportagem da Rádio Muriaé quando ressaltou a importância da reunião, na qual foram apresentadas, entre outros assuntos, algumas expectativas meteorológicas para o período chuvoso e tópicos relativos à integração das coordenadorias municipais. 

Em relação à Muriaé, Perdigão esclareceu que a principal preocupação da Defesa Civil são os deslizamentos de terra, que geram maior risco de mortes. Ele explicou que as ações adotadas durante a temporada de chuvas – entre outubro e março – fazem parte do chamado “Plano de Contingência”, e também são implementadas durante todo o ano, porém, são intensificadas neste período, a partir da integração de todos os órgãos do governo municipal, como as secretarias de Desenvolvimento Social, Obras Públicas, Meio Ambiente e Urbanismo e o DEMSUR.

Segundo o geólogo, trata-se de um planejamento estratégico para enfrentar eventos adversos que podem acontecer, como enchentes, inundações, transbordo da calha do rio ou deslizamentos de terra: “As ações consistem basicamente em atendimentos de vistorias técnicas e acompanhamento meteorológico diário”, explicou.

Com intenção de estreitar os laços com a comunidade, algumas iniciativas estão previstas para esta edição do Plano de Contingência. Entre elas, a implantação de programas de educação ambiental, além de uma novidade muito importante, que é a criação de Núcleos Comunitários de Defesa Civil (NUDEC), formados por moradores de bairros e distritos. 

O objetivo da Defesa Civil é que a população participe efetivamente da elaboração e planejamento das ações do órgão: “A idéia é que as pessoas sejam treinadas o mais rápido possível, para que possam atuar nesta temporada de chuvas. Todos os bairros e, inclusive, distritos que desejem ter um NUDEC em sua comunidade podem se credenciar, desde que haja uma Associação de Moradores devidamente constituída. As associações vão receber uma carta-convite para uma reunião sobre o assunto”, contou o coordenador. 

Em outubro, Muriaé e outros municípios da região receberam, do Corpo de Bombeiros, equipamentos medidores de volume de chuva, chamados pluviômetros. O coordenador da defesa Civil informou que o sistema de acompanhamento pluviométrico já é realizado na cidade por uma estação automática do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), instalada na Faminas, que faz leituras digitalmente, todos os dias. 

De acordo com Felipe, o novo dispositivo será instalado em uma nova estação, implantada em outra região da cidade: “Faremos isso para ampliar a capacidade de acompanhamento dos níveis de chuvas, com dados mais precisos, possibilitando o cruzamento das informações, até porque, os índices podem variar de um ponto para outro do município. Inclusive, recentemente fizemos um curso de capacitação junto a Agência Nacional de Águas (ANA) para trabalhar com um programa de balanço hidrológico”.

Ele também orientou à população quanto a situações de risco: “Pedimos a todos que, em caso de iminência de qualquer tipo de risco, que procurem a Defesa Civil, para que uma vistoria técnica seja realizada no local”.

 

Fonte e foto: Rádio Muriaé