Em 30/10/2012 às 20h40 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
Agência Brasil
Brasília – Diante da atual instabilidade econômica internacional, a preocupação do governo federal é estimular a economia com o “pé no acelerador” e trabalhar com hipótese de “não haver” contingenciamento no orçamento de 2013, disse hoje (30) a ministra do Planejamento, Miriam Belchior.
“É muito cedo para se falar a respeito disso [contingenciamento]. Hoje [audiência pública] é o primeiro passo para tramitação do orçamento no Congresso Nacional. Não sei nem que orçamento sairá do Congresso, mas queremos trabalhar com o mínimo de contingenciamento possível. Estamos trabalhando com a hipótese de não haver contingenciamento”, disse.
No entanto, a titular da pasta disse que é cedo para declarar de forma “taxativa” que não haverá bloqueios no orçamento. Nos últimos dois anos, o governo federal fez dois bloqueios consecutivos de aproximadamente R$ 50 bilhões no orçamento da União para cumprir a meta do superávit primário. A proposta orçamentária deve ser votada no Congresso até o dia 22 de dezembro deste ano.
No cenário de crise econômica, o país aposta nos estímulos à economia para manter o mercado interno aquecido. “Em relação sobre como agir em momento de dificuldades econômicas, seja aqui dentro ou o que tem nos atingido no âmbito internacional, não é colocar o pé no breque, mas no acelerador”, comentou, ao participar de audiência na Comissão Mista de Orçamento, no Congresso Nacional.
A ideia é que o impulso atinja o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano, que alcance 4,5%. “Para quem está dizendo que 4,5% é ousado demais, se é para fazer algum tipo de juízo de valor, eu diria que pode estar menos ousado do que poderia. Nós acreditamos nessa meta, que vamos perseguir ano que vem e achamos que é possível. Vamos trabalhar o que pudermos para crescer mais ,” disse.
Devido aos desdobramentos da crise econômica no exterior, a previsão atual do governo para o PIB é 2% em 2012. No começo do ano, a estimativa de crescimento superava 4%. Em relação à inflação, a ministra comentou que a preocupação diminuiu. “Em hipótese alguma, a inflação fica em segundo plano. Tem o mesmo peso que tinha. No ano passado, todo mundo se preocupava e ela ficou dentro da banda. Neste ano, está muito longe da banda. Não estamos preocupados. Miramos na meta central [de 4,5%], ela é perseguida, mas é para isso que existe a banda”, concluiu.