Em 29/10/2012 às 16h30 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
Nesta segunda-feira (29) é comemorado o Dia Nacional do Livro, data que ficou marcada pela fundação da Biblioteca Nacional em 1810, no Rio de Janeiro (RJ). Em Minas Gerais, não faltam opções para os apaixonados pelas letras: em 801 municípios do Estado, 839 bibliotecas públicas cadastradas oferecem acervos dos mais diversos, que vão desde livros infantis e obras acadêmicas até raridades da literatura.
Algumas destas raridades estão na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, em Belo Horizonte, que conta com o maior acervo de Minas Gerais, com mais de 250 mil exemplares, entre livros jornais e revistas. Na seção da hemeroteca histórica, é possível ter acesso ao primeiro jornal publicado em Minas – o Jornal Universal, de 1825.
Esse e outros jornais do século XIX foram digitalizados e estão disponíveis para consulta. No setor de obras raras há, ainda, preciosidades como uma edição original de Os Lusíadas, de Luís de Camões, a Constituição Brasileira de 1822 e um livro sobre Leonardo da Vinci.
O prédio de 1954 projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, no Circuito Cultural Praça da Liberdade, recebe cerca de 1.500 visitantes por dia. “Nosso público está sempre aumentado e estamos procurando intensificar as atividades, como as visitas agendadas para as escolas e as ONGs, sempre tentando estimular o gosto pela leitura”, conta a diretora da Biblioteca Estadual Luiz de Bessa, Thaís Queiroz Brescia. De janeiro até outubro, foram feitos 75 mil empréstimos de obras no local.
A biblioteca atende a todos os tipos de públicos. No setor de empréstimo domiciliar, o campeão de procura em 2012 é o livro A Cabana, de William Young, seguido pelos clássicos de Sidney Sheldon. No setor infanto-juvenil, o mais procurado é a coleção de Harry Potter, de J. K. Rowling.
A biblioteca possui, ainda, o maior acervo do Estado para deficientes visuais, com mais de 1.400 volumes direcionados a este público. Entre os livros em braille, autores brasileiros são os campeões de audiência, com destaque para Érico Veríssimo, Monteiro Lobato, Pedro Bandeira, Machado de Assis e José de Alencar.
Para fazer o cadastro, é preciso apresentar apenas a carteira de identidade e um comprovante de residência atual, além de pagar R$ 3,00. A biblioteca também organiza atividades gratuitas como cursos, lançamentos de livros, oficinas, palestras e exposições gratuitas. “Temos muitas atividades aos sábados também”, conta Thaís. Toda a programação e mais informações estão no site: www.cultura.mg.gov.br/bibliotecas.
Leitura inclusiva
Na capital mineira, outra curiosa opção para os leitores é o projeto carro-biblioteca, da Secretaria de Estado da Cultura, que atende a seis bairros de Belo Horizonte e Região Metropolitana por semana, sendo um por dia. A iniciativa disponibiliza, de forma itinerante, livros dos mais variados gêneros, além de revistas e jornais para leitura e pesquisa. São mais de 3 mil obras à disposição da população. O serviço foi criado há mais de 50 anos, na década de 1960, para levar informação e cultura aos moradores.
O caixa-estante, mais uma iniciativa do Governo do Estado, também leva a literatura a hospitais, penitenciárias e creches. Trata-se de uma caixa com cerca de 200 livros, que são enviados, para empréstimo, a estes locais, com o objetivo de oferecer a instituições públicas, não governamentais ou privadas um pequeno acervo que venha criar uma demanda de leitura.
A segunda maior biblioteca pública do Estado, em volume de obras, fica em Governador Valadares, região Leste, com um acervo de 93 mil livros. Em seguida estão as bibliotecas públicas de Divinópolis, na região Centro-oeste, com 82.224 obras, e a de Nova Lima, com 47.598 volumes disponíveis à população.
Um Estado de leitores
Além das 839 já existentes, 14 bibliotecas estão sendo construídas em outros municípios mineiros. Segundo dados da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, a região Central do Estado é a que concentra o maior número de instituições do tipo, com 21% do total. Em seguida estão as regiões Sul e Zona da Mata, que possuem 16%. Cerca de 85% das bibliotecas estão instaladas em locais de grande circulação de pessoas, como praças, facilitando o acesso da população.
“A biblioteca pública é o equipamento cultural mais presente em todo o país. Em um Estado onde existem 853 municípios, o maior do país, acreditamos que, por meio da conscientização dos gestores locais e de investimento público, é possível construir um Estado de leitores”, acredita a bibliotecária Especialista em Gestão da Informação, Michelle de Paula Machado Venuto.
Com relação aos leitores, a maior parte deles, 38%, tem mais de 800 cadastros em seus registros. Quanto a faixas etárias, a mais representativa entre os frequentadores são as de menores de 14 anos (45%) e as de 15 a 25 anos (40%). Em terceiro lugar está a faixa etária de 26 a 40 anos, com 12%.
Fonte: Agência Minas