Em 26/10/2012 às 14h36 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

"Estão tentando me detonar a qualquer preço", revela a prefeita eleita de Santana de Cataguases

"Eu sou ficha limpa; estou sendo acusada por uma c

"Eu sou ficha limpa; estou sendo acusada por uma c

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O atual prefeito de Santana de Cataguases, Edgard Xavier de Souza e a prefeita eleita daquele município, Jucélia Baesso, concederam na manhã desta sexta-feira, 26, uma entrevista exclusiva ao Site do Marcelo Lopes. Eles falaram pela primeira vez sobre a Ação de Investigação Judicial Eleitoral em que figuram como investigados juntamente com o vice-prefeito eleito, José Eduardo de Lima. No início da tarde da última quinta-feira, 25, foi proferida a sentença pela juíza da 79ª Zona Eleitoral, Christina Bini Lasmar, que entendeu ter existido a prática de crime de abuso de poder econômico onde condena o atual prefeito a ficar inelegível por oito anos e cassa o registro das candidaturas de Jucélia e de José Eduardo.

Jucélia revelou ter recebido a sentença com surpresa. “Eu não esperava isso. Fiz uma campanha limpa e transparente. Nunca fui candidata a nada. Eu sou ficha limpa; então estou sendo acusada por uma coisa que não fiz”, destacou. Ela disse também não saber ao certo qual crime teria cometido para ser penalizada com a perda do registro de sua candidatura e, consequentemente, da eleição, caso a decisão não seja revista nas instâncias superiores.  “A princípio, seriam os atos do prefeito atingindo a minha candidatura, porque os cheques não são meus; são cheques da prefeitura por serviços prestados por pessoas que lá trabalharam”, diz.

 

"Eu sou ficha limpa; então estou sendo acusada por uma coisa que não fiz". (Jucélia)

 

Jucélia foi Secretária Municipal de Saúde durante doze anos e em todo este período, ela garante: “fiz um trabalho limpo e honesto junto com o prefeito Edgard, de quem eu gosto muito, principalmente porque ele é uma pessoa que sempre trabalhou com o coração, e ajudou muito os moradores de nossa cidade”. E continua: “A população de Santana me deu a vitória nas urnas; uma vitória limpa. Então todos me conhecem, sabem quem eu sou, o que eu faço e, nunca, ninguém veio reclamar comigo de algum ato meu. Mas estão tentando me detonar a qualquer preço”, completou a prefeita eleita.

A prefeita eleita disse estar “sem entender” a sentença porque “em todo o seu teor a juíza não faz nenhuma menção à minha pessoa nem à de José Eduardo como autores de algum delito ou crime eleitoral. E mesmo assim estou sendo punida”, salienta. Ela reitera sua inocência e argumenta: “A juíza afirmou a existência da prática de abuso de poder econômico para a compra de votos pelo prefeito Edgard e, por analogia, concluiu que este delito - que não existiu, tenho certeza – favoreceu a minha candidatura. Ou seja, ela vê relação de causa e efeito em um fato isolado e corriqueiro da prefeitura, que é o pagamento por serviços prestados, à minha eleição e me condena sem eu ter cometido a menor infração prevista nas leis eleitorais deste país. Sinceramente, não dá pra entender. Injustiça!”, desabafa Jucélia.

 

"A juíza não faz nenhuma menção à minha pessoa nem à de José Eduardo como autores de algum delito ou crime eleitoral". (Jucélia)

 

Edgard, atual prefeito, está inelegível por oito anos, ou seja, não poderá disputar cargo eletivo nem assumir qualquer cargo público neste período nas esferas municipal, estadual e federal. Ele, no entanto, continua à frente da Prefeitura até o dia 31 de dezembro. Ele também discorda da pena a ele imposta pela juíza e dá seus motivos: “Estou encerrando o meu segundo mandato e tudo o que fiz foi dentro da lei. No caso, por exemplo, do pagamento com cheques da prefeitura, as duas pessoas beneficiadas efetivamente prestaram os serviços. Um fez manutenção de estrada, e a outra cuidou de uma mulher que havia fraturado o braço e estava em situação de vulnerabilidade. A lei municipal 301/2009 prevê esta situação claramente”, assegura.

O atual prefeito disse que sempre atuou no sentido de ajudar aos mais necessitados. “este é o meu perfil e, enquanto eu estiver na política vou continuar agindo assim, porque este é o meu jeito de ser”, frisou. O episódio da contratação da pessoa para cuidar de uma senhora que havia fraturado o braço, de acordo com Edgard, ocorreu através “da própria comunidade que percebendo a difícil situação dela, pediu para que o município a ajudasse e assim fizemos”, explicou. E rebate as críticas que vem recebendo de que não seria “ficha limpa”. “Ficha melhor do que a minha não existe, graças a Deus! E vou continuar sendo. Tenho consciência de que tudo o que eu fiz foi para ajudar as pessoas”, reiterou.

 

“Este é o meu perfil e, enquanto eu estiver na política vou continuar agindo assim". (Edgard)

 

Com a sentença desfavorável, Edgard, informou já ter recorrido ao Tribunal em Belo Horizonte, afirmando esperar que desta vez seja feita justiça, “porque não é do meu caráter comprar voto e nem o meu perfil”, salientou. Ele espera obter um resultado positivo no final de todo este processo, e reforça que irá acatar a decisão da justiça “seja ela qual for, mas a população precisa saber que nós não fizemos nada de irregular, mas sim, amparados na lei”, salientou. Jucélia, por sua vez, revela sua esperança de reverter o quadro na instância superior. “Vamos ser inocentados. Eu não me sinto culpada”, finalizou. Ela e Edgard acreditam que a decisão final sobre o caso ocorra até o dia previsto para a diplomação dos eleitos, 18 de dezembro.

 

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