Em 25/10/2012 às 12h45 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
Forças do presidente Bashar al-Assad dispararam com tanques e barragens de foguetes contra um bairro de Damasco nesta quinta-feira, matando cinco pessoas, disseram ativistas da oposição, um dia antes do aguardado início de um cessar-fogo acordado com a ONU.
O combate em Harasta, a nordeste de Damasco, irrompeu depois de rebeldes ultrapassarem dois bloqueios do Exército no limite da cidade, que estão na rodovia principal que liga a capital ao norte do país, relataram os ativistas.
"Harasta está sendo atacado por tanques e lançadores de foguetes enviados para a rodovia. Os rebeldes estão impondo resistência e não parece que o Exército conseguirá entrar na cidade desta vez", disse o morador de Damasco Mohammad, por telefone.
Harasta é um dos vários grandes locais islâmicos sunitas que circundam a capital síria e que estão na linha de frente da rebelião contra Assad, que dura 19 meses.
O grupo de ativistas de oposição Departamento de Imprensa de Harasta descreveu a cidade como uma "zona de desastre" após o bombardeio.
"Um bloqueio da rodovia (pelo Exército) foi montado ao lado da principal padaria. Não há água, comida ou remédios e há prolongadas quedas de energia", afirmou a organização num comunicado.
Outros moradores de Damasco disseram que o barulho de bombas caindo sobre Harasta e no bairro próximo de Zamalka podiam ser ouvidos do centro da capital.
Na quarta-feira, o mediador da Liga Árabe e da ONU para o conflito sírio disse ao Conselho de Segurança da ONU que Assad havia aceitado um cessar-fogo durante o feriado muçulmano do Eid, que começa na sexta-feira.
Uma declaração oficial das autoridades sírias é esperada para mais tarde nesta quinta.
O ativista de oposição em Damasco Moaz al-Shami, porém, disse que "ninguém estava levando o cessar-fogo a sério".
"Como pode haver um cessar-fogo com tanques andando pelas ruas, bloqueios a cada cem metros e o Exército não hesitando em atacar bairros civis com artilharia pesada? Este é um regime que perdeu toda a credibilidade."
Fonte: Reuters