Em 24/10/2012 às 08h30 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, abriu nesta terça-feira a reta final da campanha presidencial dizendo que seu rival republicano, Mitt Romney, não é confiável no trato com a população.
Após três debates pela televisão, sendo o último sobre política externa na noite de segunda-feira, os dois candidatos se lançam agora numa frenética caçada pelos últimos indecisos que ainda restam.
E, nessa etapa, Obama apresentou o que deve ser o seu argumento final: que ele, ao contrário de Romney, tem sido honesto com o eleitorado a respeito de seus planos para promover uma prosperidade que seja amplamente partilhada nos próximos quatro anos.
"Não há questão mais séria numa campanha presidencial do que a confiança", disse Obama num comício para 11 mil pessoas na Flórida. "Tudo que ele (Romney) está fazendo agora é tentar esconder suas verdadeiras posições a fim de vencer essa eleição."
A declaração junta várias críticas habituais dos democratas contra Romney, especialmente a de que ele muda muito de opinião --o que Obama ironicamente chama de "romnesia"-- e de que o candidato republicano, milionário ex-executivo do setor financeiro, estaria mais preocupado em ajudar outros ricos do que em melhorar a vida da classe média.
A campanha de Romney disse que, sem novas ideias próprias, Obama está preferindo atacar Romney.
"(O ataque) é emblemático do fato de o presidente não ter um argumento final para o povo norte-americano a respeito de por que ele deve ser reeleito", disse a jornalistas Kevin Madden, assessor de Romney.
O republicano tinha eventos de campanha em Nevada e Colorado nesta terça-feira, e Obama viajaria para Ohio depois do comício na Flórida.
Segundo a pesquisa Reuters/Ipsos desta terça-feira, Obama e Romney estão virtualmente empatados entre eleitores propensos a votar. A vantagem numérica do presidente é de apenas 1 ponto percentual.
Obama apresentou um luxuoso livreto que detalha suas propostas para o segundo mandato e que deve ser um instrumento importante no esquema democrata de mobilização de eleitores. A campanha pretende imprimir 3,5 milhões de exemplares para que seus voluntários distribuam porta a porta.
O volume não contém novas propostas, mas pode contribuir para neutralizar aquela que deve ser a principal mensagem da campanha de Romney nas últimas duas semanas de campanha: que o país não pode arcar com mais quatro anos de Obama na presidência, porque ele não tem um plano para a retomada do crescimento econômico.
Depois do debate da segunda-feira, as pesquisas indicam que Obama predominou, mas Romney conseguiu evitar gafes que inviabilizassem sua vitória. Buscando transmitir tranquilidade a um eleitorado cansado de conflitos armados no exterior, o republicano evitou se contrapor a Obama nas questões de política externa, mas aproveitou todas as oportunidades que teve para abordar a economia.
Obama tem uma ligeira vantagem em alguns dos Estados considerados mais estratégicos para a vitória eleitoral, mas Romney parece estar consolidando sua liderança na Carolina do Norte, e sua campanha espera trazer para o jogo Estados com tendência democrata, como Wisconsin. Além disso, a maioria das pesquisas aponta uma estreita margem de Romney sobre Obama na Flórida.
Fonte: Reuters