Em 21/10/2012 às 11h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
Tradicionalmente conhecida por seu potencial econômico, que aquece o turismo de negócios, pela forte marca do seu cenário cultural, que projeta e exporta grandes talentos, e por ser a cidade dos botecos, devido grande à concentração de bares em suas ruas e avenidas, a partir de agora Belo Horizonte também pode ser batizada de capital dos esportes.
Segundo pesquisa do Ibope, publicada em setembro deste ano, cerca de 28% da população da metrópole mineira praticam pelo menos um dos 13 esportes (futebol, voleibol, ginástica, ciclismo, natação, basquete, handbol, atletismo, artes marciais, halterofilismo, polo aquático, tênis e equitação) de competição analisados pelo estudo.
O resultado, acima da média nacional (24%), coloca Belo Horizonte no posto de segundo lugar entre as capitais analisadas, atrás somente de Porto Alegre, onde 32% da população é adepta da prática esportiva. O Ibope também ouviu pessoas em mais sete municípios: Fortaleza, Recife, Salvador, Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba.
Belo Horizonte também se destacou no levantamento por ter a segunda melhor média de esportes praticados por pessoa, o que atesta a diversidade de opções à disposição da população, suportada pela boa estrutura esportiva do município. A nota obtida pela capital mineira é de 1,8 desporto per capta, ante 1,6 da média nacional. Rio de Janeiro é a capital com a melhor pontuação neste quesito (2,0).
“O belo-horizontino gosta de esportes, em qualidade e quantidade. Isto pôde ser comprovado quando o Governo de Minas trouxe as etapas da Copa do Mundo de Natação e de Judô, nos jogos de voleibol e corridas de rua, sem falar nas partidas de futebol”, destaca o superintendente de Esporte de Rendimento e de Participação, da Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude (SEEJ), Frederico Oliveira Motta Pessoa.
Incentivo à prática
A diversidade de espaços propícios à prática esportiva, na capital mineira, contribui para estimular as atividades. Um dos espaços reservados à prática esportiva em Belo Horizonte é o Centro de Treinamento Esportivo (CTE), mantido em parceria entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o Governo de Minas. O CTE é composto por uma pista de atletismo de padrão internacional e um parque aquático, contendo uma piscina de 65 metros com borda móvel.
Ainda está sendo construído um pavilhão de lutas, ginástica e esportes coletivos que, quando concluído, irá beneficiar um número maior de atletas. “Nosso objetivo é contribuir para a melhoria dos resultados do esporte de alto rendimento de Minas Gerais. Além disso, o CTE promove a excelência no desenvolvimento integrado da ciência e tecnologia aplicadas, já que temos uma parceria com a UFMG”, enfatiza o secretário de Estado de Esportes e da Juventude, Braulio Braz.
Belo Horizonte ainda conta com diversos programas voltados às escolas estaduais e à promoção do esporte em espaços públicos. “Praças, parques, campos de várzea, ciclovias e pistas são alguns exemplos de locais onde é possível realizar qualquer tipo de prática esportiva, inclusive de rendimento”, frisa Frederico Pessoa. Um exemplo conhecido é a orla da lagoa da Pampulha, cartão postal da cidade, um dos pontos mais procurados pelos amantes da caminhada e da corrida.
Minas em movimento
O Governo de Minas é um dos grandes incentivadores das práticas esportivas não só em Belo Horizonte, mas em todo o Estado. Basta ver os números. De janeiro de 2011 até setembro de 2012, a Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude (SEEJ) investiu mais de 100 milhões na qualidade de vida dos mineiros.
Entre as iniciativas, foram celebrados, neste período, 535 convênios pela SEEJ, sendo 118 de eventos, com aporte de R$ 4 milhões, e 150 de aquisição de materiais esportivos e equipamentos, atendendo a 252 entidades e 260 municípios, com um investimento R$ 5 milhões. Ainda foram concluídos 267 convênios de obras, que somaram aportes de R$ 80 milhões.
Um dos eventos contemplados é o Minas Olímpica Jogos Escolares de Minas Gerais (Jemg), maior e o mais importante programa esportivo-social de Minas Gerais, da qual podem participar escolas dos ensinos fundamental e médio, públicas e privadas. A iniciativa atende a grande demanda do público jovem que, segundo dados do Ibope, são os que mais demandam atividades físicas – 50% dos desportistas, no Brasil, têm de 12 a 24 anos, sendo que 35% têm até 19.
Na edição deste ano, cuja última etapa aconteceu em agosto, as inscrições para as modalidades em disputa estabeleceram um novo recorde de participação, com a adesão de 685 municípios e mais de 50 mil alunos. “É um orgulho, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação, poder dizer que o Jemg 2012 recebeu a inscrição recorde de 685 municípios mineiros”, avaliou Braulio Braz. Além disso, este ano, foram inseridas dez modalidades paralímpicas no Jemg.
Outra iniciativa que estimula a prática esportiva no Estado é o programa Ginástica para Todos. Em parceria com a Federação Mineira de Ginástica, o Governo de Minas doou a 138 municípios mineiros, inclusive Belo Horizonte, 153 conjuntos de equipamentos de ginástica para a construção de praças de esportes em locais públicos. Ao todo, foram investidos R$ 2,5 milhões no programa, democratizando o acesso ao esporte e propiciando alternativas para o bem-estar da população.
O programa Bolsa Atleta é um outro exemplo de fomento à prática esportiva, que subsidia a carreira dos atletas de destaque do Estado por meio da concessão de benefício mensal por um período de 12 meses. Somente em 2012, 127 atletas foram atendidos. Uma das bolsistas é a judoca Helena Ribeiro Romanelli. Para ela, trata-se de um benefício que contribui para melhorar o desempenho. “Para 2016, precisamos de investimentos não só dos clubes, das federações e confederações, mas, sobretudo, desse apoio do Programa Bolsa Atleta para custear alimentação, material esportivo, vale transportes e até auxílio para viagens internacionais que valem ponto no ranking mundial”, defende.
Preferências nacionais
A pesquisa do Ibope confirmou a preferência nacional pelos dois esportes mais populares no país: o futebol e o voleibol. Cerca de 60% dos entrevistados, no Brasil, são adeptos do jogo trazido ao Brasil pelo inglês Charles Miller e 18% preferem o vôlei, seja na quadra ou na areia.
Merecem destaque a ginástica (16%) e o ciclismo (14%), que apareceram em terceiro e quarto lugar, respectivamente, seguidos da natação (12%) e do basquete (10%), na lista das atividades mais demandadas. A equitação (3%) e o polo aquático (1%) são esportes menos praticados.
Ao todo, o Brasil possui cerca de 16 milhões de pessoas – 69% são homens e 31% mulheres – que praticam algum tipo de desporto. A pesquisa Ibope ouviu mais 20 mil pessoas em nove capitais brasileiras entre fevereiro de 2011 e 2012.
Fonte: Agencia Minas