Em 19/10/2012 às 12h30 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
A miserável Coreia do Norte ameaçou na sexta-feira alvejar a Coreia do Sul se Seul permitir que ativistas usem balões para atirar panfletos anticomunistas no território norte-coreano.
Esse é o mais duro alerta da Coreia do Norte contra a do Sul em vários meses. Os dois países estão tecnicamente em guerra desde 1950, apesar do armistício declarado em 1953, e Pyongyang costuma usar uma retórica dura contra o seu vizinho rico e capitalista, ameaçando um conflito total.
A proximidade da eleição presidencial sul-coreana e planos de Seul para instalar mísseis de mais longo alcance irritaram o Norte e levaram a uma escalada retórica.
"Tivemos ameaças semelhantes no ano passado, e elas não nos impediram, e isso não vai nos impedir desta vez", disse o exilado norte-coreano Pak Sang-hak, que desertou para a Coreia do Sul há 12 anos.
Ele é o líder de uma coalizão de exilados norte-coreanos e ativistas de direitos humanos que planejam lançar balões gigantes com até 200 mil panfletos críticos ao regime norte-coreano. Isso já aconteceu no ano passado.
Alguns dos folhetos, impressos em sacolas plásticas, conterão notas de 1 dólar. As próprias sacolinhas devem ser muito valorizadas pelos norte-coreanos, que muitas vezes carecem de itens básicos do cotidiano.
O ministro sul-coreano da Defesa disse ao Parlamento que as Forças Armadas do país vão retaliar em caso de ataque.
Os militares da Coreia do Sul foram pressionados por não terem detectado um soldado norte-coreano que cruzou a pé a mais militarizada fronteira do mundo, e então bateu à porta do quartel inimigo.
"Se acontecesse, haveria uma resposta perfeita contra a fonte do ataque", disse o ministro Kim Kwan-jin a uma comissão parlamentar.
A Coreia do Norte bombardeou uma ilha sul-coreana há quase dois anos, causando mortes de civis. Ela também foi amplamente responsabilizada por naufragar um navio sul-coreano, embora tenha negado a responsabilidade.
Pyongyang disse que, se os folhetos forem lançados na segunda-feira, "um inclemente ataque militar pela Frente Ocidental será colocado em prática sem aviso prévio", segundo a agência estatal de notícias KCNA.
O texto diz que o alvo seria uma área turística na cidade fronteiriça de Paju, a poucos quilômetros da zona desmilitarizada que separa os dois países. Há meses não havia uma ameaça tão específica.
Fonte: Reuters