Em 17/10/2012 às 08h46 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
O presidente dos EUA, Barack Obama, e o adversário republicano, Mitt Romney, travaram uma discussão áspera na terça-feira sobre o ataque contra a missão diplomática norte-americana na Líbia no mês passado, no incidente mais tenso até agora entre os candidatos a respeito de uma questão que se tornou um ponto delicado nas semanas finais antes da eleição.
Agindo agressivamente para recuperar o terreno perdido depois de um fraco desempenho no primeiro debate presidencial, Obama rebateu as acusações do adversário de que havia minimizado o ataque de 11 de setembro em Benghazi, que matou o embaixador dos EUA e outros três norte-americanos.
Buscando abalar a credibilidade de Obama com relação à segurança nacional, Romney quis usar o incidente para considerar como um fracasso toda a política pode Obama para o Oriente Médio, e levantar dúvidas sobre os ganhos do presidente na política externa.
Mas Obama rebateu com firmeza no segundo debate da campanha, na Universidade de Hofstra, em Hempstead, Nova York, acusando Romney de explorar politicamente o ataque, em um esforço para marcar pontos "ofensivos" e sugerindo que o republicano era incapaz de se tornar presidente dos EUA.
"Enquanto ainda estávamos lidando com nossos diplomatas sendo ameaçados, o governador Romney divulgou um comunicado de imprensa," disse Obama, em referência à crítica inicial do republicano da resposta do governo ao ataque em Benghazi, antes que toda a extensão do derramamento de sangue fosse conhecida.
Obama e Romney discutiram de forma irritada em frente a um grupo de eleitores indecisos sobre se Obama havia agido rápido o suficiente em descrever o ataque na Líbia como terrorismo.
O presidente disse que havia de fato chamado o ocorrido de terrorismo. Uma transcrição de suas declarações nos jardins da Casa Branca na manhã após o ataque mostra que Obama disse: "... atos de terror nunca irão abalar a determinação desta nação".
Mas, apesar deste comentário, alguns dos principais assessores de Obama tinham inicialmente atribuído a violência de Benghazi a protestos por causa de um filme anti-islã e disseram que não era premeditado, antes de finalmente reconhecerem muito mais tarde que foi um ataque terrorista.
Obama disse pela primeira vez, na terça-feira, que ele era "em última análise responsável" pela segurança dos norte-americanos mortos no ataque. "Eu sou o presidente e eu sou sempre o responsável", disse.
Romney e republicanos aproveitaram-se das mudanças nas explicações do governo sobre os acontecimentos em Benghazi, dizendo: "levou um bom tempo para dizerem que foi um ato terrorista de um grupo terrorista".
Indo para a ofensiva, Obama tentou qualificar Romney, que tem pouca experiência em política externa e tropeçou durante algumas de suas eventuais incursões no cenário mundial, como mal preparado para assumir o papel de presidente em um mundo perigoso.
Obama repetiu sua promessa de caçar os responsáveis pelo ataque na Líbia.
Fonte: Reuters