Em 12/10/2012 às 15h34 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
Os músicos Fernando Moura e Ary Dias, que se uniram para compor livremente, com o compromisso apenas de fazer aquilo que gostam, deu um tremendo resultado: o CD "CosmeDamião", que foi lançado ontem, quinta-feira, às 22 horas, no Anfiteatro Ivan Müller Botelho, em Cataguases, para uma (infelizmente) reduzida, mas animada plateia. Música de verdade, música pura,música arte para os ouvidos e a alma. Um espetáculo mágico, não pela apresentação, mas pela sintonia dos sons que se encaixam e se completam a cada acorde do piano magistralmente executado por Fernando, um talento desconhecido dos cataguasenses, mas cujo nome já está na história da MPB.
Ary Dias, é praticamente de casa, pois é casado com a simpatica cataguasense Fernanda. Percussionista dos mais talentosos da MPB e de quem Carlinhos Brown é discípulo, fez sucesso no começo dos anos oitenta com o saudoso grupo A Cor do Som que surgiu em 1977, fazendo novas expeirências sonoras, tomando por base outro grupo que também fez muito sucesso, "Os Novos Baianos". Com esta banda, Ary, ficou nacionalmente conhecido quando as rádios começaram a tocar - e imediatamente virou febre - a canção "Abri a Porta", em que dizia "abri a porta, apareci, a mais bonita, sorriu pra mim". Anos mais tarde, uma música de Caetano Veloso, também virou hit na voz do grupo: "Menino Deus".
No show "CosmeDamião", Ary e Fernando ou o contrário (fique à vontade, leitor), interpretações excepcionais de Feira Moderna, de Beto Guedes, Cajuína, de Caetano, entre outras, levantaram o público. Ritmos brasileiros em essência que caíram magicamente bem nesta união do piano com a percussão. Inegável descoberta musical em que a ausência da voz nas canções quase não é percebida, graças à riqueza dos acordes dissonantes e das intervenções precisas de Ary, que extrai som de objetos incomuns, instrumentos por ele criados e que, naquele momento, dão um algo mais à interpretação, à melodia, ao conjunto da obra. Um show muito mais do que atraente, empolgante.
Fotos de Juliana Junqueira