Em 10/10/2012 às 21h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
Agência Brasil
Brasília – Os países da zona do euro precisam urgentemente aprofundar a integração fiscal e financeira para resolver a crise econômica e resgatar a confiança dos investidores globais, advertiu o Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo o órgão, as ações tomadas até agora pelas autoridades europeias são insuficientes para conter a turbulência econômica internacional.
A recomendação consta do Relatório de Estabilidade Financeira Global divulgado hoje (10) pelo Fundo. Na avaliação dos técnicos, apesar da recente decisão do Banco Central Europeu (BCE) de comprar títulos de países com problemas para rolar a dívida pública, os governos da região precisam tomar medidas adicionais para conter a fuga de capitais nas nações mais afetadas pela crise.
Para o FMI, a crise da dívida na zona do euro continua a ser a maior ameaça à estabilidade financeira global. Esses temores, de acordo com o órgão, são reforçados pelo lento progresso nas negociações entre os países. “Embora várias ações importantes tenham sido tomadas pelas autoridades, essa agenda continua criticamente incompleta, expondo a zona do euro a uma espiral negativa de fuga de capital, temores de ruptura e declínio econômico”, ressaltou o FMI no documento.
O Fundo pede que os países promovam ações coordenadas para alcançar três objetivos: reduzir as dívidas dos governos e os déficits públicos de modo a apoiar o crescimento econômico; implementar reformas estruturais (flexibilizando o mercado de trabalho e aumentando a competitividade) para reduzir os desequilíbrios internos; e promover uma faxina no setor bancário por meio de recapitalizações e reestruturações dos bancos viáveis.
Por causa da demora dos países da zona do euro em resolver os problemas, o FMI recomendou que os bancos do continente vendam pelo menos US$ 2,8 trilhões em ativos pelos próximos dois anos para diminuir o risco para os balanços das instituições financeiras. O montante é US$ 200 bilhões maior que a estimativa feita há seis meses. Essa medida, no entanto, reduziria o crédito em até 9% nos países da periferia da zona do euro até o fim de 2013, prejudicando a recuperação dessas economias.
Em outro relatório, divulgado na última segunda-feira (8), o FMI havia reduzido as projeções de crescimento para a zona do euro. Segundo o órgão, as economias dos países que adotam a moeda única encolherão 0,4% em 2012 e crescerão apenas 0,2% em 2013. Há três meses, o FMI tinha estimado queda de 0,3% neste ano e crescimento de 0,7% no próximo.