Em 03/10/2012 às 17h06 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
A partir do próximo dia 10 podendo se estender até 18 de outubro, Dia do Médico, estes profissionais em Cataguases e no Brasil poderão suspender o atendimento a pacientes por meio de Planos de Saúde. A informação foi prestada pela presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Cataguases (SMCC), médica Maria Ângela Girardi, destacando, porém, que os casos de urgência e emergência não sofrerão nenhum tipo de alteração. Maria Ângela completou: “vamos mostrar a nossa insatisfação e indignação e espero que a maioria dos nossos colegas, se não todos, participem conosco”.
De acordo com Maria Ângela esta é uma manifestação de âmbito nacional organizada pela Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina e Federação Nacional dos Médicos cujo principal objetivo é garantir assistência de qualidade para os pacientes e valorização da Medicina. “Trata-se de um protesto aos abusos praticados pelos convênios, seguros e planos de saúde suplementar, numa lógica que tem seguidamente privilegiado o lucro em detrimento da qualidade da assistência à população e do equilíbrio nas relações com os médicos”, destaca.
A presidente da SMCC revela a pauta de reivindicações apresentada pelos órgãos de classe (AMB, CFM, FENAM, AMM-MG, CRM-MG e Sindicato dos Médicos de Minas Gerais) que contempla cinco itens:
1- Reajuste dos honorários de consultas e outros procedimentos, tendo como referência a CBHPM;
2- Inserção de critérios de reajuste, com índices e periodicidade definidos por meio de negociação coletiva, nos contratos;
3- Inserção de critérios de descredenciamento nos contratos;
4- Resposta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por meio de normativa, à proposta de contratualização, encaminhada pelas entidades médicas;
5- Fim da intervenção antiética na autonomia da relação médico-paciente.
Em carta enviada ao Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, as entidades de classe dos médicos afirmam: “No Brasil, o mercado de planos de saúde cresce mais de 5% ao ano, o que significa milhões de novos usuários no país por período, o que garante grande faturamento às operadoras (cuja receita em 2011 foi de R$ 82,4 bilhões), sem suficiente contrapartida em termos de valorização do trabalho médico e na oferta de cobertura às demandas dos pacientes”.
O texto ainda acrescenta: “Nos últimos 12 anos, os reajustes dos planos somaram 150% (30 pontos percentuais acima da inflação acumulada no período – 120%). No mesmo período, os honorários médicos não atingiram reajustes de 50%. Da receita de R$ 82,4 bilhões, de acordo com a ANS, foram aplicados a assistência medica R$ 67,9 bilhões, o que sugere um margem de lucro abusiva”. O documento termina solicitando “a mediação do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) na superação deste impasse”.
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