Em 02/10/2012 às 17h36 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
Agência Brasil
Brasília – Em meio à crise da Síria, às revoltas populares em vários países de maioria muçulmana e aos ataques a representações diplomáticas norte-americanas e de aliados, a presidenta Dilma Rousseff condenou hoje (2) a violência e o preconceito contra o islamismo e os Estados Unidos. Ao discursar na 3ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo América do Sul–Países Árabes (Aspa), ela criticou qualquer possibilidade de intervenção militar externa nos países em conflito.
“[A solução] só poderá ser encontrada por eles próprios [os países em conflitos]. Sabemos que o caminho desses países passa por eles”, disse a presidenta, em defesa da busca pelo diálogo e uma alternativa negociada.
Dilma reiterou ainda que as manifestações na Primavera Árabe refletem os desejos universais.
“O mundo árabe vive profundas mudanças, que exprimem anseios universais, como [o desejo de] justiça social e liberdade”, disse a presidenta, lembrando que a história recente na América do Sul mostra que os países da região também viveram “processos semelhantes e luta política e inclusão social”.
Como na 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas, Dilma criticou a onda de violência na Síria, que completa 19 meses, e cobrou do governo do presidente do país, Bashar Al Assad, e da oposição providências. Para ela, todos têm responsabilidades. “Estamos conscientes que a maior responsabilidade recai sobre o governo de Damasco. Mas sabemos também das responsabilidades das oposições armadas, que contam com o apoio militar e logístico estrangeiro”, disse.
Ao mencionar os episódios recentes de violência religiosa envolvendo muçulmanos e ataques a representações diplomáticas norte-americanas e de aliados, a presidenta disse que o Brasil repudia a intolerância. Nos últimos dias, várias representações diplomáticas foram atacadas por muçulmanos indignados com o filme anti-Islã, produzido nos Estados Unidos.
“Repudiamos todas as formas de intolerância religiosa, todas as manifestações de islamofobia”, disse a presidenta. Ela lembrou que o repúdio também é válido contra os ataques a representações norte-americanas, alemãs e britânicas.