Em 02/10/2012 às 09h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Capriles propõe aproximação com América Latina e distância do Irã

Capriles disse também que revisará todos os convên

Capriles disse também que revisará todos os convên

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CARACAS, 1 Out (Reuters) - O candidato oposicionista à presidência da Venezuela, Henrique Capriles, disse nesta segunda-feira que, se for eleito no domingo, vai estreitar os laços do país com o resto da América Latina, distanciando-se dos governos de Irã e Belarus, aliados do presidente Hugo Chávez, candidato à reeleição.

O político, de 40 anos, disse também que revisará todos os convênios bilaterais firmados por Chávez em seus quase 14 anos de poder, pelos quais a Venezuela fornece petróleo sob condições favoráveis, em troca de médicos, treinadores esportivos e alimentos.

"Queremos fortalecer nossas relações com a América Latina. Queremos relações com respeito, e vamos fortalecer as relações com países democráticos, com os quais temos afinidade", disse Capriles a meios de comunicação estrangeiros em Caracas.

"Que afinidade a Venezuela tem com o Irã ou com Belarus? Por acaso o presidente de Belarus não é um ditador? Não demos a espada de Bolívar ao (falecido ditador líbio Muammar) Gaddafi, duas vezes? São essas as relações que nós, venezuelanos, queremos? Não", disse.

Chávez, que se diz líder de uma "revolução socialista", costuma selar alianças com governos que partilham da sua posição antiamericana, como Irã, Belarus, Rússia e China.

A maioria das pesquisas aponta favoritismo de Chávez para conquistar um novo mandato de seis anos, mas elas também indicam um crescimento constante da candidatura de Capriles, um governador estadual que diz se inspirar no esquerdismo moderado do atual governo brasileiro.

O carismático Chávez tem a seu favor a popularidade motivada por programas sociais governamentais financiados pelo petróleo. Já Capriles espera aproveitar eleitoralmente a insatisfação popular com a criminalidade, a inflação e a precariedade dos serviços públicos.

Ainda sobre a política externa, Capriles disse que estimularia a negociação de paz do governo da vizinha Colômbia com a guerrilha Farc, um processo que será retomado neste mês em Oslo, após mais de dez anos de hiato.

Segundo ele, a Venezuela deve deixar de ser "um albergue para guerrilheiros, para grupos armados, para grupos que estão à margem da lei".

 

No mês passado, Capriles se reuniu reservadamente com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e lhe pediu que a negociação com as Farc inclua também a libertação de cerca de 30 venezuelanos sequestrados na Colômbia.

Capriles disse também que deseja conversar com o presidente de Cuba, Raúl Castro, para rever a presença de mais de 40 mil cubanos que trabalham na Venezuela em troca do envio de petróleo do país para a ilha.

"Tenho certeza de que com o presidente Raúl Castro, uma vez passado o processo eleitoral, vamos nos sentar para conversar sobre esses temas, e dizer ao presidente Castro que vamos mandar a conta", disse Capriles, calculando que os cubanos prestam serviços avaliados em 800 milhões de dólares por ano, enquanto a Venezuela remete 4 bilhões de dólares em petróleo para Cuba.

(Reportagem adicional de Eyanir Chinea e Andrew Cawthorne)

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