Em 30/09/2012 às 12h09 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
Na última sexta-feira, 28, o Anfiteatro Ivan Müller Botelho recebeu mais um show do Projeto Usina Cultural, promovido pela Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho com patrocínio da Energisa através da Lei de Incentivo à Cultura de Minas Gerais. Produzido por Fausto Menta, a apresentação da banda Rain Machine, do Brooklin, de Nova Iorque, liderada por Kyp Malone, foi inesquecível. O público de Cataguases teve a oportunidade de assistir a vanguarda da música norteamericana. Aliás, o Usina Cultural está (digamos assim) se especializando em trazer para nossos palcos, shows únicos e muitas vezes antológicos, como este.
Muitas vezes o calor do momento nos embaça a visão sobre a importância dos fatos à nossa volta. E o show de Rain Machine foi, sem dúvida, histórico. Além do fato de ser a primeira vez que se apresentou em uma cidade do interior de Minas Gerais, alguns ingredientes do show revelam que havia algo diferente, inusitado, marcante naquela apresentação. A informalidade dos músicos (todos, é preciso registrar, de elevadíssimo nível técnico) que conversavam entre as canções e sem que a plateia pudesse ouvir, como se estivessem comentando (e aprovando) a música que acabaram de tocar. Assim ficavam alguns bons minutos para retomarem, em seguida, o repertório.
A música que Rain Machine faz não é algo consumível facilmente como, aliás, tudo aquilo que é vanguarda. E também por isso o show é antológico. Neste quesito ele fez um som onde estão presentes o soul, jazz, blues, o rock and roll e, sem querer puxar a brasa para a nossa sardinha, pequenas doses de samba, tudo isso misturado resultando em um a música única. A privilegiada voz de Malone faz a diferença e se encaixa perfeitamente nos acordes dissonantes da guitarra que marca todo o show.
Foi também um show antológico porque a back vocal e também tecladista da banda, esteve o tempo todo, visivelmente emocionada. A plateia, que não conseguiu entender o que se passava com a moça, apenas viu por diversas vezes ela não conseguir conter as lágrimas, e ser confortada pelos músicos durante a apresentação. Dona de uma voz singular onde os agudos são quase perfeitos ela foi a segunda maior atração de uma noite que ganhou um lugar de destaque na história do projeto Usina Cultural.
As fotos são de Juliana Junqueira