Em 28/09/2012 às 09h11 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
Por: Alex F. Silva*
A Inglaterra é conhecida por projetos educacionais revolucionários. Podemos relembrar o projeto instituído nos anos 90, que levava o estudo do jogo de xadrez para 60% das escolas do reino unido, como matéria da grade. O resultado foi fabuloso, elevando as estatísticas de aproveitamento dos alunos que tinham a matéria xadrez, devido às melhorias na concentração e na capacidade de raciocínio lógico proporcionados pelo estudo do jogo.
Este ano entrou em funcionamento outro projeto muito interessante. Como o governo está num processo de valorização das tecnologias da informação, foi estabelecido um esforço nacional para a implementação voluntária de clubes de programação que, nesta primeira fase, funcionarão em 25% das escolas do reino unido.
Os "Code Clubs" como são chamados por lá, funcionarão após o horário das aulas escolares e seu objetivo é fazer com que os fundamentos da programação de computadores passe a fazer parte da cultura infantil moderna. Os clubes aceitarão inscrições de crianças entre 10 e 12 anos de idade, e serão baseados nas tarefas de programar jogos, controlar robôs, e outras atividades que estimulam a curiosidade e a criatividade dessa faixa etária.
Um objetivo secundário da iniciativa,é reformar a didática usada no ensino das matérias relacionadas às tecnologias de informação. Segundo Clare Sutcliffe, atualmente a informática é ensinada como se os estudantes fossem se tornar secretários de escritórios. Ou então, digitando códigos intermináveis em terminais de comandos, procedimentos que são utilizados cada vez mais especificamente por engenheiros, e não por programadores.
Segundo a Sra. Sutcliffe, será usado um método do MIT, com ferramentas visuais modernas, em que as crianças arrastarão elementos de código ao invés de digitá-los. "Queremos que eles contruam coisas realmente divertidas e que os atraiam", disse ela.
Diversas escolas já se candidataram e inscreveram voluntários para o programa, e além do programa oficial, o projeto está autorizado a oferecer consultoria gratuita, e apoio para qualquer outra instituição que queira montar um clube de código. Ao saber dessa iniciativa, é inevitável pensarmos em como ela seria adequada para nosso país.
O Brasil já apresenta um déficit de mais de 200.000 profissionais nas diversas áreas relacionadas à programação, e já começa a importar estrangeiros qualificados. Como seria bom incentivos e iniciativas que, além de modernizar nosso ensino fossilizado, ainda estimulassem a profissionalização que, num futuro próximo, poderia amenizar os déficits de mão de obra na área de tecnologia da informação.
Infelizmente, enquanto não temos iniciativas desse tipo é interessante que os pais e os próprios jovens se interessem em saber mais sobre a programação de computadores, que é a linguagem que permite nossa comunicação com essas máquinas cada vez mais presentes na nossa vida.
Vale destacar que existem alguns bons cursos profissionalizantes, como o VSCP (www.vscp.informaja.com), bem como algumas atividades que são abertas à comunidade, como aquelas que acontecem na semana do dia 22 de outubro, na faculdade Doctum, com palestras e pequenos cursos. Informe-se!
Para saber mais sobre os Code Clubs, visite: http://codeclub.org.uk/
(informações obtidas no site da BBC)
*Equipe Vespersoft