Em 16/09/2012 às 21h56 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Participantes da Caminhada da Liberdade Religiosa condenam filme com ataque ao profeta Maomé

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Agência Brasil

Rio de Janeiro- Reunidos para a 5ª Caminhada da Liberdade Religiosa, no Rio, representantes de várias religiões no Brasil condenaram hoje (16) o filme The Innocence of Muslims, produzido nos Estados Unidos e que contem ofensas ao profeta Maomé. Eles prestaram solidariedade aos muçulmanos, mas também desaprovaram os violentos protestos antiamericanos realizados por seguidores do islamismo em todo o mundo desde a semana passada.

Em entrevista à imprensa nesta manhã, o diretor da Comunidade Beneficente Muçulmana no Rio, Sami Armed Isbelle, disse que o Conselho Superior dos Teólogos e Assuntos Islâmicos no Brasil, autoridade religiosa máxima dos muçulmanos no país, condenou o filme “que desrespeita o profeta Muhammad e coloca os muçulmanos como bárbaros”. Reproduzindo mensagens dos líderes religiosos, ele pediu o fim da violência.

Armed explicou que a representação de Maomé não é feita nem pelos próprios muçulmanos e, por isso, o filme, cujas legendas do trailer foram feitas em árabe, foi muito mal recebido. “Sempre que falamos do profeta, não tem nenhum tipo de representação [da figura], é só por meio do que ele falou. Então, quando ele é representado de forma a incutir o ódio e isso mexe com o sentimento religioso”.

O religioso, no entanto, não descarta influência política nos protestos no Oriente Médio, que teve os Estados Unidos como aliados de regimes ditatoriais, principalmente antes do movimento conhecido como Primavera Árabe, no ano passado. “A massa acaba sendo insuflada por essas circunstâncias históricas, embora essa reação seja condenável", disse Armed, que é descendente de sírios.

Sem entrar na polêmica do filme americano, que não teve confirmada a participação de judeus em nenhuma etapa da produção ou do financiamento, a presidente da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro, Sarita Schaffel, reforçou que são condenáveis quaisquer ataques a personalidades e símbolos religiosos. "Não gosto que façam com os meus, não farei com os outros, é simples", disse.

A representante dos judeus - que comemoram hoje o ano novo - defendeu o diálogo e pediu respeito à fé alheia. “Todas as religiões, entre elas, o islamismo, pregam o entendimento, a paz, a compreensão e o amor ao próximo”, disse.

Para a caminhada em favor da tolerância religiosa em Copacabana hoje são esperadas 200 mil pessoas. Em 2011, o evento reuniu 180 mil pessoas de varias religiões.

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