Você já ouviu falar de crowdfunding, crowdsourcing e crowdturfing? Esses três recursos surgiram como boas idéias que se aproveitam do largo alcance das redes sociais. Mas como tudo na vida eles podem ser positivos ou negativos. Cabe a nós, utilizadores das redes sociais, conhecer o que são, para podermos tirar os benefícios do que entendermos como bom para nós, e nos precavermos contra os riscos daquilo que entendermos que não tem uma boa intenção.

 

Crowdfunding, também conhecido no Brasil como financiamento coletivo ou vaquinha virtual, são iniciativas que acontecem na Internet interligadas com as redes sociais, com o intuito de angariar fundos que irão financiar projetos de artistas, jornalistas, pequenos negócios, invenções, software livre, filantropia e outros. O benefício para quem contribui com uma ação de financiamento coletivo, costuma ser uma recompensa proporcional à contribuição, tal como ganhar um ingresso numa peça de teatro, ou uma unidade do produto viabilizado através do financiamento. Um bom exemplo recente de uma campanha de sucesso, foi o projeto do vídeo game Ouya, do qual falamos no artigo da semana passada.

 

Crowdsourcing, é o nome dado às iniciativas de conhecimento coletivo. Ele funciona de forma muito parecida com o financiamento coletivo, porém ao invés do objetivo ser a coleta de fundos, o foco é conseguir colaboração de pessoas que detém o conhecimento para viabilizar a consecução de algum projeto ou que podem prestar um serviço voluntário de alguma ordem, que ajude na realização de um projeto, estudo, planejamento, etc. As iniciativas de conhecimento coletivo ainda não se tornaram febre no Brasil, porém estão muito em voga no exterior, sendo usadas principalmente no ambiente escolar e nos ambientes que necessitam de voluntariado, tais como abrigos, hospitais, orfanatos, e outros.

 

O crowdturfing, também segue a mesma linha dos outros recursos de coletividade, porém é mais voltado para publicidade e iniciativas de marketing para divulgar marcas, produtos, eventos, serviços, etc. As ações de publicidade coletiva, iniciaram-se de forma privada, dentro de departamentos de marketing de empresas, e nas agências que fazem publicidades para elas usando a coletividade de profissionais da área.

Talvez, exatamente por partir de ambientes profissionais, o crowdturfing foi o primeiro dos três recursos acima, que teve o objetivo distorcido. Primeiro, certas empresas perceberam que poderiam usar a coletividade pensada para o marketing, de forma a manipular opiniões de mercado. Dessa forma, se uma empresa estava recebendo muitas reclamações e formando uma má opinião pública, ela fazia uma ação de crowdturfing com o intuito de falar bem da marca, simular reclamações bem resolvidas, etc. Depois, se o capital disponível é bom, pagar grupos de pessoas externas para usarem sua própria presença nas redes sociais para reforçar essa manipulação da opinião.

 

Agora que você sabe o que são os financiamentos coletivos, as iniciativas de conhecimento coletivo, e de marketing coletivo, você tem como se precaver contra o seu uso indevido. Todas essas iniciativas tem seu lado benéfico: você pode ajudar a concretizar um projeto que lançará um produto inovador, pode ajudar com seu esforço voluntário ou seu conhecimento, e pode ficar conhecendo uma empresa que presta um serviço interessante.

 

Por outro lado, não confie apenas no que as pessoas estão dizendo em relação às ações. Tente entrar em contato direto com seus responsáveis e se informar através de outras fontes. Se for uma ação de marketing, dê valor especial a essas outras informações, bem como a contatos diretos com a empresa. Se possível, faça contato com algum consumidor dos seus produtos ou serviços. Você terá uma opinão valiosa de primeira fonte.

Por fim, o crowdturfing está tornando-se mais uma forma elaborada de spam. Então, tome as medidas corretas para ajudar a evitar que ele se torne uma praga nas redes sociais.

 

Texto produzido pela Equipe Vespersoft.