Programa de recuperação de sub-bacias hidrográfica
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A implementação de ações voltadas para a proteção de 96 nascentes localizadas na região do semiárido está ajudando a impulsionar a revitalização do Rio São Francisco. O Governo de Minas, em continuidade à execução do Programa de Recuperação de Sub-Bacias Hidrográficas Formadoras dos Afluentes Mineiros do Rio São Francisco, está desenvolvendo diversas obras por meio da Fundação Rural Mineira (Ruralminas) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG)
O Programa que foi iniciado em 2007 já viabilizou, este ano, a instalação de 54 mil metros de cercas para proteção de matas de topo e ciliares e a construção de 3,6 mil bacias de captação de água de enxurradas. As ações evitarão o assoreamento de nascentes, córregos e rios que estão sob a área de influência do Rio São Francisco, em uma região onde a população constantemente enfrenta sérias dificuldades por causa dos longos períodos de seca
Também como parte das obras de revitalização do Rio São Francisco, a Ruralminas e a Emater concluíram a construção de 136 quilômetros de terraços e a adequação de 18 km de estradas, com o objetivo de evitar que, na época das chuvas, rios e córregos sejam assoreados. As ações estão contemplando 16 municípios: Cabeceira Grande, Bonfinópolis de Minas, Buritizeiro, Natalândia, Lagoa dos Patos, Ibiaí, Arinos, Uruana de Minas, Dom Bosco, Juvenília, Felixlândia, Três Marias, Jequitaí, Unaí, Januária e Curvelo
Investimentos em 220 municípios
Em quatro anos, o Programa de Recuperação de Sub-Bacias Hidrográficas Formadoras dos Afluentes Mineiros do Rio São Francisco tem previsão de abranger 220 municípios mineiros, 11 na Bahia e dois no estado de Goiás. Os investimentos são da ordem de R$ 56,5 milhões, que serão aplicados na construção de 61 mil bacias de captação de água das chuvas, readequação, com enfoque ambiental, de 1,2 mil quilômetros de estradas vicinais, proteção, com cercamento, de 1.100 nascentes e mil quilômetros de cercas em matas de topo e ciliares
Os recursos aplicados no Estado são provenientes de convênios firmados entre o Governo de Minas e o Federal, envolvendo os ministérios do Meio Ambiente e Integração Nacional, por meio da Agência Nacional das Águas (ANA) e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf)
“A erosão é o principal processo que remove os nutrientes depositados no solo após o desmatamento. As perdas são intensas nas condições de alta pluviosidade. Por isso, são importantes as práticas de conservação”, destaca o presidente da Ruralminas, Luiz Afonso Vaz de Oliveira
Para Oliveira, reter as enxurradas, alimentar minas e nascentes por meio dos lençóis subterrâneos e ainda reduzir o assoreamento dos cursos d’água são técnicas fundamentais, levando-se em conta que o solo é um dos recursos naturais mais importantes para a qualidade de vida das pessoas e sua degradação é um problema. "Além de causar danos no próprio sistema ambiental, provoca prejuízos socioeconômicos”, acrescenta
A equipe técnica da Ruralminas alerta que Minas Gerais dispõe de recursos hídricos, mas é preciso planejar a gestão desses recursos para reter a água e disponibilizá-la para os produtores rurais e demais segmentos da sociedade, além de investir em uma vegetação capaz de amortizar os impactos da chuva, impedindo a formação dos processos de erosão
Educação ambiental
O gerente de Estudos e Projetos da Ruralminas, Antônio de Pádua Pereira, destaca que, nos últimos quatro anos, 70 sub-bacias já foram beneficiadas pelo Programa de Recuperação dos Afluentes Mineiros do Rio São Francisco. Elas estão localizadas nas regiões Centro, Norte e Noroeste do Estado. “O trabalho implementado proporcionará benefícios para a bacia do São Francisco como um todo, visto que as ações envolvem regiões localizadas desde a nascente até a divisa de Minas Gerais com a Bahia”, explica
Na avaliação da Ruralminas, além do impacto positivo aos municípios envolvidos nas ações, o Projeto de Recuperação de Sub-Bacias Hidrográficas é um importante instrumento de educação ambiental, atingindo diversos segmentos da população. Prefeitos, secretários e funcionários de prefeituras estão sendo orientados sobre as técnicas mais adequadas para recuperação de estradas vicinais, evitando que os rios, nascentes e pequenos cursos d’água continuem sendo assoreados. Além disso, os agropecuaristas também têm sido orientados sobre a necessidade de preservação das matas ciliares
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