Oi pessoal! Mais uma semana cheia de informações para vocês. E hoje teremos o texto do Educador Físico Lucas Mariano para falar um pouco mais sobre os exercícios físicos e a hipertensão. 

Vamos lá!

"A Hipertensão Arterial, também chamada de pressão alta, é uma doença crônica e silenciosa na qual a pressão se mantém elevada . É uma doença comum na população brasileira e mundial. Dados nos mostram que mais de um terço da população adulta brasileira tem pressão alta. Esta proporção é maior em idosos, o que é preocupante, visto que a hipertensão é uma das principais causas de doença ou morte cardiovascular. 

Seu tratamento envolve o uso de medicamentos e principalmente a modificação do estilo de vida e hábitos saudáveis. A adoção de um estilo de vida fisicamente ativo deve ser estimulado, pois muitos estudos científicos demonstram vários efeitos benéficos da prática de atividades físicas sobre a pressão arterial.

Segundo Rondon (2003), o exercício físico aeróbio, realizado regularmente, provoca importantes adaptações autonômicas e hemodinâmicas que vão influenciar todo sistema cardiovascular. Entre essas adaptações, a redução nos níveis de repouso da pressão arterial que é importante para o  tratamento. Pois o treinamento físico para o paciente hipertenso pode vir a diminuir a dosagem dos seus medicamentos antihipertensivos ou mesmo ter sua pressão arterial controlada sem a adoção de medidas farmacológicas. 

De fato, estudos recentes têm demonstrado que, em geral, o treinamento físico provoca uma redução na pressão arterial sistólica e na pressão arterial diastólica, até mesmo nos que tem risco elevado de desenvolvê-la: filhos de hipertensos, obesos e os pré-hipertensos entre outros. É interessante observar que com a prática física regular, a pressão arterial diminui não só em repouso, mas se mantém em níveis moderados quando também está realizando suas atividades diárias e quando sofre situações estressantes.

Destaca-se também que, além de diminuir a pressão arterial, a realização regular de atividades físicas também: diminui a gordura corporal, ajudando a emagrecer; reduz o colesterol, melhorando o chamado perfil lipídico; diminui a glicemia, ou seja, o açúcar no sangue, ajudando a prevenir e controlar o diabetes; melhora ainda a qualidade do sono e ajuda a combater o estresse. Como todos estes fatores costumam estar alterados em quem tem pressão alta, aumentando o risco de ocorrer doenças cardiovasculares, como um infarto ou até mesmo um AVC. 

Desta forma, a prática regular de exercícios físicos segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) é recomendada para prevenir e tratar a hipertensão arterial. É importante saber que a atividade física se faz necessária para promover os benefícios mencionados não precisa ser elevada, porem se faz necessário o hábito de realizar atividades diárias por cerca de 30 minutos em intensidade moderada por 5 ou mias dias na semana, atividades como caminhada, ciclismo, natação, corrida, dança, musculação entre outras, podendo ser feitas no seu tempo livre em parques, praças, clubes, academias, casa, etc."

Não deixem de ler nossos outros posts! Uma ótima semana a todos e até a próxima semana!

Você já ouviu falar em biodisponibilidade dos alimentos? E combinações positivas e negativas com os medicamentos?

Primeiro vamos te explicar o que é a biodisponibilidade. Quando comemos, os alimentos são reduzidos até que estejam com tamanhos tão pequenos que poderão passar para nosso sangue (absorção). Depois serão levados para as células. Portanto, quanto mais nutrientes chegarem às células, maior será a biodisponibilidade e mais disponíveis estarão para que as células os utilizem. 

Quando comemos os alimentos, estes são transformados em macronutrientes (lipídeos - ou "gorduras"; proteínas; carboidratos - ou "açúcares") e também em micronutrientes como vitaminas e minerais. Esses nutrientes servirão para que as células desempenhem seus papeis: produzir energia, hormônios, enzimas, gerar novas células etc. 

E você sabia que há substâncias que alteram essa absorção de nutrientes ou vice versa? E que você pode ficar prejudicado como, por exemplo, tendo um déficit nutricional?

Algumas combinações de nutrientes proporcionam melhora na absorção de alguns medicamentos e também dos próprios nutrientes, sendo, portanto, uma combinação positiva.

- Quando comemos alimentos que contenham o mineral ferro junto a alimentos ricos em vitamina C, há aumento de 30% da absorção do ferro.

- Alimentos com gorduras ou óleos facilitam a absorção das vitaminas A, D, E e K, conhecidas como vitaminas lipossolúveis.

- Outro exemplo é a vitamina A que melhora a absorção de ferro. Ela se une a ele durante a digestão e forma um complexo solúvel, impedindo que ele se junte a outras substâncias que poderiam prejudicar sua absorção. Gema de ovo, damasco, pêssego e as hortaliças de coloração alaranjada (abóbora, cenoura) e verde escura são boas fontes de vitamina A.

O contrário também é verdade! Tem medicamentos que na presença de certos tipos de nutrientes vão prejudicar a biodisponibilidade dos nutrientes ou terão sua biodisponibilidade prejudicada. É o que chamamos de combinação negativa.

- Se na alimentação existir leite e seus derivados, o ferro terá absorção prejudicada, pois o mineral cálcio presente no leite dificulta que o ferro seja absorvido. 

- Alimentos fontes de zinco, ferro, cálcio se consumidos junto com fosfatos (vegetais verdes escuros) formam compostos insolúveis de baixa absorção.

- Os antibióticos terão sua biodisponibilidade prejudicada se tomados próximo de uma refeição. E os antiácidos (omeprazol, ranitidina, sal de fruta) diminuem a disponibilidade de vários nutrientes, como vitamina B12. 

Nosso organismo é uma máquina complexa que, se não for bem compreendida, pode gerar problemas de saúde. Procure sempre se informar. O nutricionista é o melhor profissional para te ajudar a montar uma dieta inteligente que combine corretamente todos os nutrientes. E nós, farmacêuticos, somos os profissionais que conhecemos a fundo as combinações positivas e negativas com os medicamentos. 

Até o nosso próximo encontro.

Mande suas sugestões de temas para 32 9903-1514.

Referências:
_{COZZOLINO SMF, 1997. Biodisponibilidade de minerais. Revista de nutrição. Vol. 10 no. 2.}

Muitas pessoas utilizam ou conhecem alguém que faz uso de medicamentos que precisam ser tomados em jejum. 

Por ser uma forma bem conhecida de tomar alguns tipos de medicamentos, as dúvidas acabam não sendo tiradas com profissionais da sáude. 

Um conhecido tem sempre algo a falar, e é neste momento que interferências podem acontecer ao tratamento medicamentoso.

O medicamento que é necessário ingerir em jejum deve ser tomado com o estômago vazio, 30 a 60 minutos antes ou 2 horas após a refeição. De preferência com um copo de 200 ml cheio de água (salvo exceções orientadas pelo farmacêutico ou médico, como em casos de restrições hídricas). 

Muitos medicamentos precisam ser ingeridos em jejum porque para serem absorvidos o ambiente do estômago precisa estar mais ácido ou porque podem interagir de forma prejudicial com os alimentos.

Um bom exemplo é a levotiroxina, hormônio utilizado para tratamento de hipotireoidismo, que precisa do pH ácido do estômago para melhor ser absorvida. Quando não estamos em jejum, sua absorção é diminuída.

Dúvidas? Não deixe de perguntar! Será um prazer compartilhar com você um pouco mais de informação.