29/10/2015 às 09h15m


Equação Divina

Amor — Verdade — Trabalho — Justiça: desta Divina Equação nasce o espírito de Caridade, que vai muito além do simples ato de se dar uma esmola ao pobre, porque a Caridade Completa transcende o socorro material, alcançando a região do imponderável, onde atuam forças superiores que traçam o destino de indivíduos, povos e nações, conforme o seu merecimento. Ensinou o saudoso Fundador da LBV, Alziro Zarur (1914-1979): "A Lei Divina, julgando o passado, determina o futuro". 

O espírito de Caridade, pelos milênios, praticamente ficou restrito ao socorro material dos desamparados. Entretanto, quem mais necessita dele, de compreendê-lo e vivê-lo para governar com acerto, do que os condutores de países? O governante que não entender o sentido completo da Caridade, que é Deus, porque Caridade significa Amor, é o mais desgraçado e carente dos seres a distribuir miséria pelo mundo. No tempo certo receberá a devida retribuição cármica, pois cada um infalivelmente colhe o que semeia.

A maior Caridade — A maior Caridade é dar a conhecer aos povos a Verdade Divina, que se expressa por intermédio da Lei Universal do Amor, o Novo Mandamento de Jesus. Afinal, o próprio Cristo definiu Deus como Amor. O ser humano para entender a sua destinação, que não está circunscrita à Terra e ao Céu da Terra, deve libertar-se das algemas de espaço/tempo. Não se pode negar, per se, a existência de Deus pelo fato de se não O compreender ainda. Como Infinita Grandeza, deve ser avaliado em Sua real dimensão por grandezas infinitas em esferas de espaço e tempo que apenas vislumbramos. Na verdade, porém, é de bom alvitre que procuremos, antes de tudo, senti-Lo na Alma. O coração, fartas vezes, desvenda mistérios a que a razão custa a chegar com facilidade. Nada se oculta, permanentemente, a uma prece contrita. Esse é um fato científico. O entendimento disso é Caridade de Deus para com as Suas criaturas. Aí reside a dialética da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo. Na verdade, trata-se de profunda reforma dos restritivos conceitos humanos, que ainda confundem Deus com as crenças.

Geralmente, espiritualistas concentram-se no Espírito; materialistas, na matéria. Respeitamos os dois: Alma e corpo. Na Terra ambos são indispensáveis a evolução do ser humano. In medio virtus: a virtude está no meio.

Lei das Obras — Eis, em resumo, a filosofia da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo: a Verdade e o Amor Universal em marcha em todos os quadrantes da Terra, construindo pela força do Trabalho Regenerador um mundo melhor, no exercício da Fé Realizante, que se opõe à fé ociosa. A Fé Realizante é o alimento diário para a Alma. A fé egoística é a sua indigestão. Ensinou Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista: "a cada um de acordo com as suas obras". É a Lei do Apocalipse, Lei das Obras de que tão sabiamente falou Zarur.

Autor: Paiva Netto

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22/10/2015 às 08h33m


Desarmar os corações

Relendo o meu livro Jesus, a Dor e a origem de Sua Autoridade, lançado em 8 de novembro de 2014, achei alguns modestos apontamentos, os quais gostaria de apresentar a vocês, que me honram com a leitura.

Por infelicidade, os povos ainda não regularam suas lentes para enxergar que a verdadeira harmonia nasce no íntimo esclarecido de cada criatura, pelo conhecimento espiritual, pela generosidade e pela justiça. Consoante costumo afirmar e, outras vezes, comentarei, eles geram fartura. A tranquilidade que o Pai-Mãe Celeste tem a oferecer — visto, de lado a lado, com equilíbrio e reconhecido como inspirador da Fraternidade Ecumênica — em nada se assemelha às frustradas tratativas e acordos ineficientes ao longo da nossa História. O engenheiro e abolicionista brasileiro André Rebouças (1838-1898) traduziu em metáfora a inércia das perspectivas exclusivamente humanas: 

— (...) A paz armada está para a guerra como as moléstias crônicas para as moléstias agudas; como uma febre renitente para um tifo. Todas essas moléstias aniquilam e matam as nações; é só uma questão de tempo. (O destaque é nosso.)

Ora, vivenciar a Paz desarmada, a partir da fraternal instrução de todas as nações, é medida inadiável para a sobrevivência dos povos. Mas, para isso, é preciso, primeiro, desarmar os corações, conservando o bom senso, conforme enfatizei à compacta massa de jovens de todas as idades que me ouviam em Jundiaí/SP, Brasil, em setembro de 1983 e publiquei na Folha de S.Paulo, de 30 de novembro de 1986. Até porque, como pude dizer àquela altura, o perigo real não está unicamente nos armamentos, mas também nos cérebros que criam as armas; e que engendram condições, locais e mundiais, para que sejam usadas, que pressionam os gatilhos e os dedos os quais apertam os botões. 

Armas sozinhas nada fazem nem surgem por "geração espontânea". No entanto, são perigosas mesmo que armazenadas em paióis. Podem explodir e enferrujam, poluindo o ambiente. Elas são efeito da causa ser humano quando afastado de Deus, a Causa Causarum, que é Amor (Primeira Epístola de João, 4:16). Nós é que, se distantes do Bem, somos as verdadeiras bombas atômicas, as armas bacteriológicas, químicas, os canhões, os fuzis, enquanto descumpridores ou descumpridoras das ordens de Fraternidade, de Solidariedade, de Generosidade e de Justiça do Cristo, que é o Senhor Todo-Poderoso deste orbe.

Os artefatos mortíferos, mentais e físicos, perderão todo o seu terrível significado e sua má razão de "existir" no dia em que o indivíduo, reeducado sabiamente, não tiver mais ódio bastante para dispará-los. 

No dia em que o indivíduo, reeducado sabiamente, não tiver mais ódio bastante para disparar artefatos mortíferos, mentais e físicos, estes perderão todo o seu terrível significado, toda a sua má razão de "existir". E não mais serão construídos.

É necessário desativar os explosivos, cessar os rancores, que insistem em habitar os corações humanos. Eis a grande mensagem da Religião do Terceiro Milênio, que se inspira no Cristo, o Príncipe da Paz: desarmar, com uma força maior que o ódio, a ira que dispara as armas. Trata-se de um trabalho de educação de largo espectro; mais que isso, de reeducação. E essa energia poderosa é o Amor — não o ainda incipiente amor dos homens —,  mas o Amor de Deus, de que todos nós nos precisamos alimentar. Temos, nas nossas mãos, a mais potente ferramenta do mundo. Essa, sim, é que vai evitar os diferentes tipos de guerra, que, de início, nascem na Alma, quando enferma, do ser vivente. 

As pessoas discutem o problema da violência no rádio, na televisão, na imprensa ou na internet e ficam cada vez mais perplexas por não descobrir a solução para erradicá-la, apesar de tantas e brilhantes teses. Em geral, procuram-na longe e por caminhos intrincados. Ela, porém, não se encontra distante; está pertinho, dentro de nós: Deus!

(...) o Reino de Deus está dentro de vós.
Jesus (Lucas, 17:21)

E devemos sempre repetir que "Deus é Amor!" (Primeira Epístola de João, 4:8). Não o amor banalizado, mas a Força que move os Universos. Lamentavelmente, a maioria esmagadora dos chamados poderosos da Terra ainda não acredita bem nesse fato e tenta em vão desqualificá-lo. São os pretensos donos da verdade... Entretanto, "o próximo e último Armagedom mudará a mentalidade das nações e dos seus governantes", afiançava Alziro Zarur. E eu peço licença a ele para acrescentar: governantes sobreviventes

Conforme anunciado no austero capítulo 16, versículo 16, do Livro da Revelação, 

Então, os ajuntaram num lugar que em hebraico se chama Armagedom.

(Armagedom, local onde reis, príncipes e governantes são agrupados para a batalha decisiva.)

Sobrepujar os obstáculos
Zarur dizia, "na verdade, quem ama a Deus ama ao próximo, seja qual for sua religião, ou irreligião".

Recordo uma meditação minha que coloquei no livro Reflexões da Alma (2003): O coração torna-se mais propenso a ouvir quando o Amor é o fundamento do diálogo.

E um bom diálogo é básico para o exercício da democracia, que é o regime da responsabilidade. 

Ao encerrar este pequeno artigo, recorro a um argumento que apresentei, durante palestras sobre o Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração, apropriado igualmente aos que porventura pensem que a construção responsável da Paz seja uma impossibilidade: (...) Isso é utopia? Ué?! Tudo o que hoje é visto como progresso foi considerado delirante num passado nem tão remoto assim. (...)

Muito mais se investisse em educação, instrução, cultura e alimentação, iluminadas pela Espiritualidade Superior, melhor saúde teriam os povos, portanto, maior qualificação espiritual, moral, mental e física, para a vida e o trabalho, e menores seriam os gastos com segurança. "Ah! é esforço para muito tempo?!". Então, comecemos ontem! Senão, as conquistas civilizatórias no mundo, que ameaçam ruir, poderão dar passagem ao contágio da desilusão que atingirá toda a Terra.




Autor: Paiva Netto

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15/10/2015 às 09h07m


Cuidado, estamos respirando a morte!

Viver no presente momento é administrar o perigo.

Atualmente, em vastas regiões da Terra, o simples ato de respirar corresponde à abreviação da vida. Sofrimentos de origem pulmonar e alérgica crescem em progressão geométrica. Hospitais e consultórios de especialistas vivem lotados com as vítimas das mais diferentes impurezas.
Abeirar-se do escapamento de um veículo é suicídio, tal a adulteração de combustível vigente por aí. Isso sem citar os motores desregulados...

Cidades assassinadas
Quando você se aproxima, por estrada, via aérea ou marítima, de grandes centros populacionais do mundo, logo avista paisagem sitiada por oceano de gases nocivos.?

Crianças e idosos moram lá... Merecem respeito.?

No entanto, de maneira implacável, sua saúde vai sendo minada. A começar pela psíquica, porquanto as mentes humanas vêm padecendo toda espécie de pressões. Por isso, pouco adiantará cercar-se de muros cada vez mais altos, se de antemão a ameaça estiver dentro de casa, atingindo o corpo e a psicologia do ser.

Em cidades praieiras, a despeito do mar, o envenenamento atmosférico avança, sem referência à contaminação das águas e das areias... O que surpreende é constituírem, muitas delas, metrópoles altamente politizadas, e só de algum tempo para cá seus habitantes na verdade despertarem para tão terrível risco.

Despoluir qualquer área urbana ou rural deveria fazer parte do programa corajoso do político que realmente a amasse. Não se pode esperar que isso apenas ocorra quando se torna assunto lucrativo. Ora, nada mais proveitoso do que cuidar do cidadão, o Capital de Deus.?

As questões são múltiplas, mas esta é gravíssima: estamos respirando a morte. Encontramo-nos diante de um tipo de progresso que, ao mesmo tempo, espalha ruína. A nossa própria.

Comprova-se a precisão urgente de ampliar em largo espectro a consciência ecológica do povo, antes que a queda de sua qualidade de vida seja irreversível. Este tem sido o desafio enfrentado por vários idealistas pragmáticos.

Entretanto, por vezes, a ganância revela-se maior que a razão. O descuido no preparo de certas comunidades, para que não esterilizem o solo, mostra-se superior ao instinto de sobrevivência. (...)

A poluição que chega antes
A infinidade de poluições que vêm prejudicando a vida de cada um deriva da falência moral que, de uma forma ou de outra, inferniza a todos.

Viver no presente momento é administrar o perigo. Mas ainda há tempo de acolhermos a asserção de Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944):?"É preciso construir estradas entre os homens".

Realmente, porque cada vez menos nos estamos encontrando nos caminhos da existência como irmãos. Longe da Fraternidade, não desfrutaremos a Paz.



Autor: Paiva Netto

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08/10/2015 às 17h21m - Atualizado 08/10/2015 às 17h25m


Conceito de ideologia

Do livro É Urgente Reeducar!, que lancei na 21a Bienal do Livro de São Paulo, em agosto, trago hoje alguns extratos.

Fazer prece (que se assemelha a meditar) constitui um entrelaçamento entre a Terra e o Céu, uma interação de Paz, de Fraternidade, de Solidariedade, de sentimento de compaixão uns pelos outros na hora da dor e da alegria, a despeito de crença ou descrença. Não se ora apenas quando nos ajoelhamos de corpo ou espírito diante do Poder Superior. Sobretudo, quando nos amamos uns aos outros tanto quanto Jesus nos tem amado, quanto Moisés amou, quanto o Profeta Muhammad — "Que a Paz e as bênçãos de Deus estejam sobre ele!" — amou, quanto Buda amou, quanto Lao-tsé amou, quanto Confúcio amou, quanto Zaratustra amou; e conforme incontáveis missionários de Deus trouxeram à Terra uma mensagem de Paz, de Misericórdia, de Conhecimento, de Fraternidade. E o mundo precisa tanto disso para sobreviver! Eis por que é necessário que haja forte atenção à disciplina além do intelecto (só o intelecto humano não basta), conforme propõem a Pedagogia do Afeto e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico. Elas são isso. Representam o encontro com Deus, o Criador Supremo, por meio de Suas criaturas, Cidadãs do Espírito. Do contrário, nada adianta, pois nos poderemos acabar estorricando uns aos outros e a reproduzir a profecia de Pedro Apóstolo, na sua Segunda Epístola, capítulo terceiro. No entanto, a Humanidade é teimosa e sempre sobrevive aos seus mais enlouquecidos tempos e comandantes. Quanto ao fato de ter eu afirmado que fazer prece assemelha-se a meditar, significa dizer que nem os Irmãos ateus estão excluídos desse benefício.

Ideologia e Caridade
Amor, Harmonia, Solidariedade, espírito de Justiça aliado à Bondade, jamais à vingança; Liberdade com respeito aos demais entes humanos; Verdade sem fanatismo social, político, filosófico, religioso ou científico; auxílio aos que sofrem, no corpo ou na Alma; Política e Economia, acompanhadas pelas virtudes da Correção e da Generosidade; Instrução, Educação, Reeducação, consoante a Fraternidade Ecumênica; portanto, tudo aquilo que na Paz ou na guerra torna forte a criatura, na Terra e no Mundo Invisível, que não é uma abstração, forma o conclusivo conceito de ideologia para o Cidadão do Espírito: Caridade, ou seja, o ar moral que, como seres realmente civilizados, devemos respirar.

Essência de Deus
Disse Jesus: "Novo Mandamento vos dou: Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos. (...). Ninguém tem maior Amor do que doar a própria Vida pelos seus amigos (...). Porquanto da mesma forma como o Pai me ama, Eu também vos amo. Permanecei no meu Amor" (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35 e 15:13 e 9). Eis que nos encontramos diante do suprassumo da Caridade, que é a síntese do verdadeiro sentido de ideologia que os mais puros idealistas, de todas as origens, sempre buscaram e buscam. Ora, sem Amor (que é sinônimo de Caridade), sem Verdade e sem Justiça nunca haverá Paz. Alziro Zarur, num momento de grande inspiração, com toda a força de sua Alma, assim definiu o Mandamento Novo de Jesus: "1o — O Novo Mandamento de Jesus é a Essência de Deus; 2o — O Novo Mandamento de Jesus é a salvação da Humanidade". Bela assertiva do grande Proclamador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, a Religião do Amor Universal, Religião do Terceiro Milênio. Aí está, pois, em resumo a ação da Política Divina, que pregamos para o erguimento de um Brasil melhor e de uma Humanidade mais feliz.


Autor: Paiva Netto

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02/10/2015 às 09h18m


Caro Anatole

O velho Anatole France (1844-1924) foi um crítico implacável dos costumes e da sociedade do seu tempo. Combatia com tenacidade os desmandos de que era testemunha, como a farsa contra o capitão Alfred Dreyfus (1859-1935). De origem judaica, o militar francês tornou-se vítima de um dos maiores erros judiciais da história moderna. Ele foi, de maneira pérfida, acusado de passar informações secretas aos germânicos, as quais tinham caligrafia forçadamente semelhante à sua. Por esse motivo, foi exilado na Ilha do Diabo, situada na costa da Guiana Francesa. Os debates a respeito do caso arrastaram-se até o capitão ser totalmente inocentado, em 1906. Logo após, retornou ao exército, participando da Primeira Guerra Mundial. Foi promovido, em 1918, a tenente-coronel da reserva e, um ano depois, eleito oficial da Legião de Honra. A exemplo de Rui Barbosa (1849-1923), Émile Zola (1840-1902) foi igualmente um defensor extremado de Dreyfus. 

Consciências dedicadas à Paz
Estomagado com a frieza de sentimentos que percebia à sua volta, partindo de corações nos quais deveria habitar a concórdia, Anatole escreveu que "a paz universal se realizará um dia, não porque os homens se tornarão melhores (não é permitido esperá-lo), mas porque uma nova ordem de coisas, uma ciência nova, novas necessidades econômicas hão de impor-lhes o estado pacífico, assim como outrora as próprias condições da sua existência os punham e os mantinham no estado de guerra".
Meu caro Jacques-Anatole-François Thibault (seu verdadeiro nome), com a sua consistente formação humanista — afastados, por sua conhecida veia poética, os desgostos que lhe causaram as observações de uma sociedade a gravitar em torno de uma exasperante egolatria —, seu brilhante espírito imortal haverá de entender que, para não se transformar em tormento perene dos povos, o mundo precisa de consciências dedicadas à paz. Portanto, de almas iluminadas pela razão, pela justiça, mas também pelo amor, que é sinônimo de caridade, de modo que exista uma "nova ordem de coisas, numa ciência nova", para que "a paz universal" venha a se realizar "um dia". A análise limitada dos fatos humanos, políticos e sociais pela restrita visão de espaço-tempo terrenos tende a mostrar, mesmo às mais sagazes cerebrações, uma perspectiva sociológica desfocada, consequentemente desalentadora, dos acontecimentos. Há algo mais, porém, a começar pela existência de uma lei universal, chamada de causa e efeito, que dirige os destinos da Terra. Por isso, faz-se tão importante a compreensão desses estatutos divinos, os quais, levando em conta nosso direito ao livre-arbítrio, concedem a cada um de acordo com o próprio merecimento, segundo a lei da reencarnação — definida por um respeitado sacerdote como "o Judiciário de Deus". Sem a evolução do sentimento humano, toda e qualquer proposta de paz fomentará, com certeza, o ceticismo de homens inteligentes como você.

Não temer o lobo
William Ralph Inge (1860-1954) declarou que "não adianta os cordeiros proclamarem o vegetarianismo enquanto o lobo mantém opinião diversa". No entanto, não podemos prosseguir continuamente temendo essa expectativa castradora de nossas iniciativas, porque o tempo urge. Ainda existe muita gente a querer tocar fogo no planeta, tal qual nova Roma, como se outros Neros surgissem. Para avançar, é preciso não temer o lobo, mas revestir-se das armas da paciência e da determinação e fortalecer, nas horas de perigo, a Alma, como, por exemplo, nesta súplica de Santo Agostinho (354-430): "Ó Deus! Permiti que o resplendor da Vossa Luminosidade clareie os recônditos do meu coração" (...). Orar concede tranquilidade e força ao Espírito. Aclara a mente, de modo que conceba processos espirituais pragmáticos para que seja suplantada toda dificuldade. Anote, por favor, caro Anatole, esta lição do seu compatriota Honoré de Balzac (1799-1850), autor de A Comédia Humana: "Todo poder é um composto de paciência e tempo". A Paz só vigorará neste orbe quando o ser humano finalmente entender e aceitar que ela apenas poderá surgir do coração sublimado das criaturas. O restante é o que se tem visto: ideologias fortemente cerebrais, tão em voga no seu tempo, cuja consequência geral Você conhece: muita expectativa e resultado a desejar. É, portanto, urgente unir cérebro e coração.


Autor: Paiva Netto

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Perfil

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta, nasceu em 2 de março de 1941, no Rio de Janeiro/RJ. É diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central.
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